Acordo viabiliza primeira área de estudo oficial da Carne Baixo Carbono
Na
última semana foi assinado, em São Paulo (SP), contrato entre a Embrapa
e o Grupo Roncador. A parceria prevê verificar até 2020 a viabilidade
técnica de se considerar os sistemas de pastagens intensificadas e de
integração lavoura-pecuária (ILP), adotados nas propriedades rurais
Roncador e Água Viva do Grupo Roncador, em Mato Grosso, como sistemas
pecuários aptos a mitigar as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e
passíveis de enquadrar-se nas diretrizes do protocolo Carne Baixo
Carbono (CBC), em fase de finalização pela Embrapa.
A assinatura ocorreu durante uma oficina de trabalho para debater o acordo de cooperação técnica entre a Embrapa e a Liga do Araguaia, representada pelo Grupo Roncador. O evento técnico, promovido pelo Observatório ABC, foi realizado no Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGVAgro) e contou com a participação de representantes de diversas instituições públicas e privadas.
“Será a primeira área de estudo oficial do CBC. Iremos coletar e analisar amostras de solo dos sistemas propostos quanto ao teor de carbono e estimar os estoques de carbono do solo, de acordo com o protocolo CBC, para alinhamento ao plano ABC para pecuária de baixa emissão de carbono”, afirma o pesquisador da Embrapa Gado de Corte Roberto Giolo, um dos responsáveis pelo contrato.
Giolo e os pesquisadores Eduardo Assad, da Embrapa Informática Agropecuária, e Manuel Macedo, da Embrapa Gado de Corte, estarão nos próximos meses, in loco, escolhendo as áreas para coleta e acompanhamento, divididas em três categorias – áreas de vegetação nativa, pastagens intensificadas e degradadas.
A região do estudo encontra-se no bioma Cerrado. As 24 fazendas da Liga do Araguaia, incluindo as duas em estudo, somam 89 mil hectares somente de pastagem e estão no denominado Vale do Araguaia. Elas passam, desde 2015, por um processo de intensificação (reforma e recuperação de pastagem) e integração de sistemas. A iniciativa chamada Projeto Carbono Araguaia evidencia, em resultados iniciais, o potencial que tais modelos apresentam de neutralizar a emissão entérica dos animais. Entre os documentos orientadores do projeto estão o Programa de Boas Práticas Agropecuárias (BPA) da Embrapa e o Guia de Indicadores da Pecuária Sustentável do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS).
Segundo o consultor do grupo José Carlos Pedreira, a ideia é “acompanhar e verificar se cientificamente isso, de fato, acontece. Se o carbono aumentado no solo pela melhoria das pastagens neutraliza as emissões. Ao avaliar esses modelos por 21 meses, e com a devida validação, os produtores pretendem buscar a certificação CBC”, afirma. Ele comenta que a intensificação reduz a idade de abate de 48 meses para 18 meses. Uma das propriedades tem registro de abate aos 11 meses, o que reflete diretamente nas emissões.
Para a Embrapa, a cooperação representa ainda “mais um passo da ciência ao lado do setor produtivo, no sentido de desenvolver soluções sustentáveis para a produção pecuária, que contribuam para a otimização do desempenho agrícola e a conservação do meio ambiente”, afirma Ronney Mamede, chefe-geral interino da Embrapa Gado de Corte. A expectativa é que a proposta contribua, efetivamente, para a validar o conceito CBC, o qual “possibilitará a oferta de carne de qualidade e produzida em conformidade com rígidos critérios de sustentabilidade, reconhecidos internacionalmente”.
O diretor-executivo de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Cleber Soares, explica que a Empresa está se aproximando do setor produtivo, por meio de parcerias como essa, com o objetivo de disseminar conhecimentos, tecnologias e boas práticas para o desenvolvimento sustentável dos territórios.
Além de Ronney Mamede, foram palestrantes do workshop em São Paulo: Angelo Costa Gurgel, professor da FGV e coordenador do Observatório ABC; Eduardo Assad e Roberto Giolo, pesquisadores da Embrapa; Roberto Strumpf, sócio-diretor da Pangea Capital; Cleber Soares, diretor da Embrapa; Pelerson Penido e Caio Penido, do Grupo Roncador.
Carne Baixo Carbono
O Conceito refere-se à produção em sistemas integrados ou não, com pastagens sem a presença de árvores. A partir do tratamento adequado do pasto, melhora-se a qualidade do solo e, consequentemente, sua capacidade de estocagem de carbono.
O CBC tem apoio da Marfrig Global Foods e a parceria objetiva colocar a carne baixo carbono no mercado e explorar um nicho de mercado com grande potencial de crescimento, os alimentos produzidos por meio de processos sustentáveis.
O Grupo Roncador
Considerado um dos principais grupos agropecuários do Brasil, iniciou suas atividades em 1978, ano em que seu fundador, Pelerson Soares Penido, adquiriu as primeiras terras no estado de Mato Grosso.
Referência em pecuária de corte na região do Vale do Araguaia, o Grupo Roncador trabalha com cria, recria e engorda de gado e possui um plantel de aproximadamente 50 mil animais das raças nelore, angus, rubia gallega, caracu e araguaia. Em 2008, a Fazenda Roncador iniciou o plantio de soja no sistema integração lavoura-pecuária. Na safra 2014/15, foram plantados 40 mil hectares do grão na fazenda.
O grupo também possui minas e usinas de beneficiamento de calcário, insumo fundamental para a agricultura na região.
A assinatura ocorreu durante uma oficina de trabalho para debater o acordo de cooperação técnica entre a Embrapa e a Liga do Araguaia, representada pelo Grupo Roncador. O evento técnico, promovido pelo Observatório ABC, foi realizado no Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGVAgro) e contou com a participação de representantes de diversas instituições públicas e privadas.
“Será a primeira área de estudo oficial do CBC. Iremos coletar e analisar amostras de solo dos sistemas propostos quanto ao teor de carbono e estimar os estoques de carbono do solo, de acordo com o protocolo CBC, para alinhamento ao plano ABC para pecuária de baixa emissão de carbono”, afirma o pesquisador da Embrapa Gado de Corte Roberto Giolo, um dos responsáveis pelo contrato.
Giolo e os pesquisadores Eduardo Assad, da Embrapa Informática Agropecuária, e Manuel Macedo, da Embrapa Gado de Corte, estarão nos próximos meses, in loco, escolhendo as áreas para coleta e acompanhamento, divididas em três categorias – áreas de vegetação nativa, pastagens intensificadas e degradadas.
A região do estudo encontra-se no bioma Cerrado. As 24 fazendas da Liga do Araguaia, incluindo as duas em estudo, somam 89 mil hectares somente de pastagem e estão no denominado Vale do Araguaia. Elas passam, desde 2015, por um processo de intensificação (reforma e recuperação de pastagem) e integração de sistemas. A iniciativa chamada Projeto Carbono Araguaia evidencia, em resultados iniciais, o potencial que tais modelos apresentam de neutralizar a emissão entérica dos animais. Entre os documentos orientadores do projeto estão o Programa de Boas Práticas Agropecuárias (BPA) da Embrapa e o Guia de Indicadores da Pecuária Sustentável do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS).
Segundo o consultor do grupo José Carlos Pedreira, a ideia é “acompanhar e verificar se cientificamente isso, de fato, acontece. Se o carbono aumentado no solo pela melhoria das pastagens neutraliza as emissões. Ao avaliar esses modelos por 21 meses, e com a devida validação, os produtores pretendem buscar a certificação CBC”, afirma. Ele comenta que a intensificação reduz a idade de abate de 48 meses para 18 meses. Uma das propriedades tem registro de abate aos 11 meses, o que reflete diretamente nas emissões.
Para a Embrapa, a cooperação representa ainda “mais um passo da ciência ao lado do setor produtivo, no sentido de desenvolver soluções sustentáveis para a produção pecuária, que contribuam para a otimização do desempenho agrícola e a conservação do meio ambiente”, afirma Ronney Mamede, chefe-geral interino da Embrapa Gado de Corte. A expectativa é que a proposta contribua, efetivamente, para a validar o conceito CBC, o qual “possibilitará a oferta de carne de qualidade e produzida em conformidade com rígidos critérios de sustentabilidade, reconhecidos internacionalmente”.
O diretor-executivo de Inovação e Tecnologia da Embrapa, Cleber Soares, explica que a Empresa está se aproximando do setor produtivo, por meio de parcerias como essa, com o objetivo de disseminar conhecimentos, tecnologias e boas práticas para o desenvolvimento sustentável dos territórios.
Além de Ronney Mamede, foram palestrantes do workshop em São Paulo: Angelo Costa Gurgel, professor da FGV e coordenador do Observatório ABC; Eduardo Assad e Roberto Giolo, pesquisadores da Embrapa; Roberto Strumpf, sócio-diretor da Pangea Capital; Cleber Soares, diretor da Embrapa; Pelerson Penido e Caio Penido, do Grupo Roncador.
Carne Baixo Carbono
O Conceito refere-se à produção em sistemas integrados ou não, com pastagens sem a presença de árvores. A partir do tratamento adequado do pasto, melhora-se a qualidade do solo e, consequentemente, sua capacidade de estocagem de carbono.
O CBC tem apoio da Marfrig Global Foods e a parceria objetiva colocar a carne baixo carbono no mercado e explorar um nicho de mercado com grande potencial de crescimento, os alimentos produzidos por meio de processos sustentáveis.
O Grupo Roncador
Considerado um dos principais grupos agropecuários do Brasil, iniciou suas atividades em 1978, ano em que seu fundador, Pelerson Soares Penido, adquiriu as primeiras terras no estado de Mato Grosso.
Referência em pecuária de corte na região do Vale do Araguaia, o Grupo Roncador trabalha com cria, recria e engorda de gado e possui um plantel de aproximadamente 50 mil animais das raças nelore, angus, rubia gallega, caracu e araguaia. Em 2008, a Fazenda Roncador iniciou o plantio de soja no sistema integração lavoura-pecuária. Na safra 2014/15, foram plantados 40 mil hectares do grão na fazenda.
O grupo também possui minas e usinas de beneficiamento de calcário, insumo fundamental para a agricultura na região.
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