quarta-feira, 15 de março de 2017

Trabalhadoras rurais reafirmam: "A Previdência é nossa, ninguém tira da roça!"
 
As margaridas fizeram vibrar o auditório principal do Centro de Convenções Ulysses Guimarães no ato do dia 8 de Março. O repúdio ao desmonte da Previdência social deu o tom da manifestação das mulheres, que reafirmaram a união na luta pela manutenção de todos os atuais direitos previdenciários das trabalhadoras e trabalhadores rurais.
 
 
Mais de mil mulheres rurais vindas de todos os estados brasileiros marcharam para dentro do auditório, carregando faixas e entoando as palavras de ordem que marcam a luta comum: “A previdência é nossa, ninguém tira da roça!”. 
 
 
A secretária de Mulheres da CONTAG, Alessandra Lunas, convocou a todas e a todos para fortalecer a mobilização nos municípios para deixar claro a parlamentares, prefeitos(as), governadores(as) e para toda a sociedade os prejuízos da proposta de reforma da Previdência Social apresentada pelo atual governo federal.
 
A dirigente leu ainda o Manifesto dos Movimentos de Mulheres Contra a Reforma da Previdência, e reafirmou o compromisso da CONTAG contra a retirada de direitos. “Nenhum direito a menos!”, afirmou Alessandra Lunas.
 
 
 De acordo com a delegada do 12º CNTTR Maria Estela Conceição dos Santos, 46 anos, a luta está cada vez mais forte. “Temos a esperança de ver esse jogo virar, porque para uma trabalhadora rural esperar até os 65 anos para se aposentar, não dá. Se aprovada essas novas regras, eu terei que trabalhar mais 19 anos, por exemplo. As agricultoras e agricultores familiares não estão medindo esforços: é só chamar que vamos para a rua contra essas propostas que prejudicam as trabalhadoras(es)”, afirma.
 
 
A jovem delegada Aline Conceição dos Santos, 26 anos, aponta a força das mulheres e, principalmente, das mulheres jovens na luta contra a reforma da Previdência. “Os homens também estão bastante atuantes, mas em todos os atos e mobilizações podemos ver que a presença das mulheres e das jovens é muito grande. Nós temos muito a perder se essas mudanças acontecerem”, afirma Aline.
 
 
Para a delegada Zilma Favato Lorenzini, o ato realizado neste Congresso reforça a animação para continuar a luta, traz energia para voltar aos estados e municípios e passar para todas(os) que ficaram na base a necessidade de continuar mobilizada(o) contra a atual proposta de reforma da Previdência Social. “No meu município ainda há muita influência das grandes redes de televisão, que repetem que a reforma é necessária. Mas nós do sindicato estamos empenhados em informar os prejuízos que a PEC 287 representa, temos que contrapor o que é divulgado, porque não há condições de as mulheres rurais conseguirem trabalhar mais dez anos para ter direito à aposentadoria”, afirma a trabalhadora rural.

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