Trabalhadoras rurais reafirmam: "A Previdência é nossa, ninguém tira da roça!" |
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As margaridas fizeram vibrar o auditório principal do Centro de
Convenções Ulysses Guimarães no ato do dia 8 de Março. O repúdio ao
desmonte da Previdência social deu o tom da manifestação das mulheres,
que reafirmaram a união na luta pela manutenção de todos os atuais
direitos previdenciários das trabalhadoras e trabalhadores rurais.
Mais de mil mulheres rurais vindas de todos os estados brasileiros
marcharam para dentro do auditório, carregando faixas e entoando as
palavras de ordem que marcam a luta comum: “A previdência é nossa,
ninguém tira da roça!”.
A secretária de Mulheres da CONTAG, Alessandra Lunas, convocou a
todas e a todos para fortalecer a mobilização nos municípios para deixar
claro a parlamentares, prefeitos(as), governadores(as) e para toda a
sociedade os prejuízos da proposta de reforma da Previdência Social
apresentada pelo atual governo federal.
A dirigente leu ainda o Manifesto dos Movimentos de Mulheres Contra
a Reforma da Previdência, e reafirmou o compromisso da CONTAG contra a
retirada de direitos. “Nenhum direito a menos!”, afirmou Alessandra
Lunas.
De acordo com a delegada do 12º CNTTR Maria Estela Conceição dos
Santos, 46 anos, a luta está cada vez mais forte. “Temos a esperança de
ver esse jogo virar, porque para uma trabalhadora rural esperar até os
65 anos para se aposentar, não dá. Se aprovada essas novas regras, eu
terei que trabalhar mais 19 anos, por exemplo. As agricultoras e
agricultores familiares não estão medindo esforços: é só chamar que
vamos para a rua contra essas propostas que prejudicam as
trabalhadoras(es)”, afirma.
A jovem delegada Aline Conceição dos Santos, 26 anos, aponta a
força das mulheres e, principalmente, das mulheres jovens na luta contra
a reforma da Previdência. “Os homens também estão bastante atuantes,
mas em todos os atos e mobilizações podemos ver que a presença das
mulheres e das jovens é muito grande. Nós temos muito a perder se essas
mudanças acontecerem”, afirma Aline.
Para a delegada Zilma Favato Lorenzini, o ato realizado neste
Congresso reforça a animação para continuar a luta, traz energia para
voltar aos estados e municípios e passar para todas(os) que ficaram na
base a necessidade de continuar mobilizada(o) contra a atual proposta de
reforma da Previdência Social. “No meu município ainda há muita
influência das grandes redes de televisão, que repetem que a reforma é
necessária. Mas nós do sindicato estamos empenhados em informar os
prejuízos que a PEC 287 representa, temos que contrapor o que é
divulgado, porque não há condições de as mulheres rurais conseguirem
trabalhar mais dez anos para ter direito à aposentadoria”, afirma a
trabalhadora rural.
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quarta-feira, 15 de março de 2017
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