segunda-feira, 6 de março de 2017

Problema em barragem atrasa transferência de água do São Francisco para regiões secas do NE

Uma seca de cinco anos tem atingido bacias de rios e matado plantações e gado em quantidade recorde em quatro Estados do Nordeste


A ruptura nesta sexta-feira de parte de uma barragem de um reservatório num canal de transferência de água do rio São Francisco para regiões atingidas pela seca no Nordeste deve adiar a inauguração do projeto de 3 bilhões de dólares, disseram autoridades.

O presidente Michel Temer deveria abrir o primeiro de dois canais na semana que vem, segundo autoridades do Estado da Paraíba, onde a segunda maior cidade, Campina Grande, está rapidamente ficando sem água.
O Ministério da Integração Nacional, responsável pelo projeto, afirmou que as empresas construindo o canal estavam trabalhando para conter o que o ministério chamou de um “vazamento” na barragem de Barreiro.
Um engenheiro que trabalha na construção do canal disse à Reuters que as estações de bombeamento foram paralisadas e que o reservatório terá que ser esvaziado para se reparar a barragem, atrasando a finalização dos trabalhos em dias ou talvez semanas.

"Nós ainda não sabemos por que a barragem rompeu. Haverá um atraso para se chegar ao fluxo planejado em termos de volume de água”, afirmou ele, pedindo para não ser identificado, pois não estava autorizado a comentar.
O ministério, em comunicado, informou que não havia "risco estrutural" à barragem, que foi construída para reter 5 milhões de metros cúbicos, mas comunidades vizinhas foram alertadas sobre a situação.
Uma porta-voz do presidente Temer disse que ele não estava no momento planejando viajar para cortar a fita do projeto cuja construção já leva 12 anos e tem sido postergada por causa de disputas políticas e corrupção.
Uma seca de cinco anos tem atingido bacias de rios e matado plantações e gado em quantidade recorde em quatro Estados do Nordeste, que estão desesperados para receber a água bombeada do rio São Francisco.
Os 400 mil habitantes de Campina Grande têm feito racionamento de água por dois anos e enfrentam a possibilidade de verem suas torneiras secas se a água transferida não chegar logo.

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