sexta-feira, 24 de julho de 2015

Uma semente de trigo de sequeiro própria para plantio no Cerrado

trigo dia de campoÉ a cultivar de trigo BRS 404, desenvolvida pela Embrapa Trigo.A área potencial para o cultivo de trigo de sequeiro no Cerrado chega aos 2,5 milhões de hectares, contudo o trigo ocupa apenas cerca de 5% desta área, incluindo as áreas de cultivo irrigado que disputam espaço com culturas mais rentáveis.
O mapa de produção do Brasil inclui mais de 153 mil hectares de trigo distribuídos nos estados de GO, MG, DF, SP, MT e MS, segundo a CONAB, onde 70 mil hectares são em sistema de sequeiro. “O maior teto de produção está no trigo irrigado, onde também está o maior custo. Mas o grande desafio do Cerrado é explorar o trigo de sequeiro, que aproveita as áreas ociosas onde não há irrigação”, esclarece o pesquisador da Embrapa Trigo, Márcio Só e Silva.
Segundo ele, há cerca de dez anos não eram lançados materiais para trigo de sequeiro, resultando, muitas vezes, no uso equivocado de cultivares indicadas para cultivo irrigado: “muitos produtores estão utilizando a cultivar BRS 264, desenvolvida para cultivo irrigado, em sistema de sequeiro. A pressão do ambiente pode resultar em maior incidência de brusone, com epidemias frequentes nos últimos anos”.
A cultivar BRS 404 se destacou nos experimentos conduzidos na região do Brasil Central mostrando melhor resposta ao ataque de brusone. Uma das explicações, além da bagagem genética, seria o ciclo da cultivar, que permite a semeadura na época das águas, com espigamento na seca, deixando a espiga menos exposta à umidade que favorece o fungo causador da brusone.

“Ainda não podemos garantir uma cultivar tolerante à brusone, mas com certeza a BRS 404 deverá sofrer menos impacto na presença do frungo”, explica o pesquisador da Embrapa Trigo, João Leodato Nunes Maciel. A cautela na avaliação levou a Embrapa a classificar a cultivar como “moderadamente suscetível” ou “MS” na descrição técnica.

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