quinta-feira, 9 de julho de 2015

Carbúnculo sintomático x gangrena gasosa



Carbúnculo sintomático x gangrena gasosa 

No campo, é muito comum a dúvida sobre a diferença entre as doenças gangrena gasosa e carbúnculo sintomático, pois possuem sintomatologia muito semelhante. Ambas tem um grau de letalidade alto, mas podem ser facilmente evitadas por um programa de vacinação adequado, que será melhor explicado a seguir.

O carbúnculo sintomático é também conhecido como manqueira ou mal de ano. A bactéria Clostridium chavoei está presente no ambiente e pode ser ingerida pelo animal. Ela é protegida por uma espécie de cápsula, quando é chamada de esporo, o que permite que ela consiga sobreviver ao passar pelo rúmen e então ser absorvida. Assim, esse esporo poderá cair na corrente sanguínea e se alojar em um músculo do animal. 

Já na gangrena gasosa também conhecida como edema maligno, o que ocorre é bem semelhante ao carbúnculo. Porém, ela é causada por uma série de agentes, não sendo somente um tipo de clostridium. A forma de entrada das bactérias no organismo também é diferente, sendo necessária uma porta de entrada direta, como uma ferida, local de aplicação de medicamento, etc. Por esse meio, a bactéria, também protegida em um esporo, entra no músculo e causa o mesmo processo do carbúnculo. No entanto, no caso da gangrena, o curso da doença costuma ser muito mais rápido, levando o animal ao óbito em 24 a 48h. Essa doença pode ocorrer em qualquer idade.

Com relação à característica das lesões, bem semelhante nas duas doenças, os músculos atingidos na maioria das vezes são os maiores, como os dos membros posteriores. O músculo afetado fica com volume aumentado, quente no início do processo e depois frio, já que o tecido fica necrosado, deixando de receber irrigação sanguínea. Além disso, fica com um aspecto crepitante, como se houvesse bolhas no músculo, e com uma consistência flácida. 

Já que estas duas doenças, assim como as outras clostridioses, são causadas por bactérias presentes no ambiente, a erradicação não é possível. Cabe, então, ao proprietário tomar medidas preventivas. Uma das mais importantes e efetivas é a vacinação. A primeira dose deve ser feita aos três meses de idade e a segunda quatro semanas depois. Após, é necessário uma dose de reforço anual. As vacinas usadas quase sempre serão as mesmas, pois as vacinas existentes no mercado previnem as duas doenças, além de outros tipos de clostridioses. 

Quando se inicia um surto pode-se fazer a vacinação de todo rebanho, pois dependendo da evolução dos casos, pode auxiliar no controle da disseminação da doença.

(*) Emília Rabelo é médica veterinária da Rehagro 

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