Embrapa realiza oficina de comunicação para público do Plano Brasil Sem Miséria
Com o objetivo de aumentar a participação e o envolvimento das
comunidades rurais na elaboração e divulgação de informações sobre o
Plano Brasil Sem Miséria nos territórios da cidadania, a Embrapa, em
parceria com a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), realizou a
primeira oficina Comunicação e Convivência com o Semiárido, em Igaci
(AL), Território Agreste Alagoano, de 13 a 15 de julho.
Com
público diversificado, envolvendo pesquisadores, educadores e
jornalistas da Embrapa, agricultores familiares, técnicos da Emater-AL e
comunicadores de organizações não-governamentais, a oficina reuniu
mais de 50 participantes. Também estiveram presentes rádios parceiras do
Prosa Rural (o programa de rádio da Embrapa) como a Sertãozinho FM, de
Major Isidoro (AL), que transmite o programa desde 2004.
"As
oficinas de comunicação favorecem a socialização de experiências e o
intercâmbio de conhecimentos entre a pesquisa, a extensão e a
agricultura familiar", destaca o pesquisador da Embrapa Tabuleiros
Costeiros (Aracaju, SE), Fernando Fleury Curado e responsável pela
implementação dos projetos de inclusão produtiva rural no território
Agreste Alagoano. Para ele, os processos de comunicação contribuem a
articulação da Embrapa em rede com outras instituições que também
desenvolvem tecnologias importantes para o Semiárido.
Durante
o evento, o público participou de uma oficina radiofônica e outra de
fotografia. Como produto final, os participantes produziram programas de
rádio sobre agricultura no Semiárido e imagens fotográficas captadas
durante visita a uma propriedade rural, onde estão sendo desenvolvidos
projetos do PBSM sob a liderança da Embrapa Tabuleiros Costeiros. Também foram realizados debates sobre Comunicação Comunitária e Convivência com o Semiárido.
Além
das oficinas, os participantes conheceram o Projeto Minibibliotecas,
coordenado pela Embrapa Informação Tecnológica, a Agência de Notícias do
Território Alto Oeste Potiguar, coordenada pela Embrapa Agroindústria
Tropical, e as ações de Comunicação para o Desenvolvimento, coordenadas
pelo Departamento de Transferência de Tecnologia.
"Encontrei
nessa oficina uma forma de me comunicar na minha comunidade. Coordeno
um projeto que até então não é reconhecido. Acredito que agora tenho
condições de ir à rádio comunitária e divulgá-lo no município e na
própria comunidade", destacou Ivaniza da Silva Leite, da comunidade Cajá
dos Negros, de Batalha (AL). Ela é quilombola e coordena o projeto Mesa
Brasil de distribuição de alimentos do Sesc.
Verônica
Santos Gomes, de São José da Tapera (AL), destaca que o curso trouxe
aprendizados sobre como divulgar melhor os produtos e melhorar sua
comercialização. Técnica agropecuária, ela diz acreditar na comunicação
como instrumento capaz de melhorar o grau de conhecimento das
comunidades atendidas pelo PBSM. "Creio que é possível realizar um
trabalho em rede para o intercâmbio de conhecimentos e experiências".
Para a coordenadora de Comunicação da ASA, Fernanda Cruz, a parceria
ASA/Embrapa pode contribuir significativamente para processos de
mobilização social no Semiárido. "A relação da Embrapa com a ASA é
antiga, mas no campo da comunicação é algo novo e bem significativo
quando pensamos na formação e na comunicação para mobilização social. Um
segundo elemento que eu destacaria é que à medida que somos procurados
pela Embrapa para realizarmos conjuntamente essa oficina, demonstra que
estamos no caminho certo com relação à comunicação que estamos
construindo e estabelecendo no Semiárido. Precisamos de oportunidades
como essa para chegar a mais pessoas, levando o significado da
comunicação para nossa luta no campo".
Visita ao Projeto PBSM
Uma das atividades da oficina foi visitar a propriedade de Manoel
Rogério dos Santos, em Igaci (AL). O agricultor cria ovelhas e galinhas,
planta feijão, milho, palma forrageira e gliricídia. Com a palma produz
ração para os animais no período da estiagem. Manoel também recebeu uma
cisterna de 16 litros de água para consumo da família. A expectativa
agora, com a nova fase do PBSM, é pela chegada da cisterna calçadão,
utilizada na produção.
"Percebi
que é mais negócio criar ovelhas do que vacas, porque elas resistem
mais à estiagem, aceitam melhor a gliricídia como ração e consomem menos
água", destacou.
Manoel
também falou sobre a importância do diagnóstico participativo, uma das
estratégias do PBSM para implementação dos projetos de inclusão
produtiva rural. "No mapa, com o desenho, a gente percebe com clareza a
diferença do antes e do depois", explica. Ele lembrou ainda que, a
partir do plano, pôde diversificar ainda mais sua produção.
Ações de capacitação e divulgação
As oficinas de comunicação comunitária integram o projeto Ações de
Capacitação e de Divulgação de Informações tecnológicas para apoio à
inclusão produtiva rural no PBSM, coordenado pela Embrapa Informação
Tecnológica (Brasília, DF). Contam com a parceria da Embrapa
Agroindústria Tropical (Fortaleza, CE), Embrapa Tabuleiros Costeiros
(Aracaju, SE), Embrapa Caprinos e Ovinos (Sobral, CE)e Embrapa Milho e
Sorgo (Sete Lagoas, MG).
O
projeto é executado em três dimensões - educação, comunicação e
produção de materiais informativos. Já foram capacitados 410
profissionais, sendo 100 radialistas em oficinas para rádios
comunitárias; 40 em oficina de comunicação e 270 educadores e
extensionistas, em ações de educação e de mediação para uso do kit de
Minibibiliotecas. Todas as ações são realizadas em parceria com as
Unidades do Nordeste e a Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas, MG).
Também
este ano, as Unidades do Nordeste e de Minas Gerais iniciaram os
chamados projetos transversais do PBSM, que têm como objetivos a
instalação de cisternas de produção nas residências, ampliando o acesso à
água para agricultura familiar, o aumento da renda com a criação de
pequenos animais e a produção de manivas-semente de mandioca.
Integração
É nesse contexto que as ações de comunicação comunitária passaram a
integrar, a partir deste ano, os projetos transversais da Embrapa no
PBSM em Alagoas e Sergipe, como já vem ocorrendo no Território Alto
Oeste Potiguar (RN), que iniciou em 2014 experiência-piloto coordenada
pela Embrapa Agroindústria Tropical. Extensionistas, radialistas,
blogueiros, mediadores do Projeto Minibiblotecas, lideranças
comunitárias, dentre outros, receberam capacitação e participam da
produção e gravação de programas de rádio, vídeos, matérias para sites e
blogs, retratando as realidades locais e os desafios para o
desenvolvimento dos projetos do PBSM no Alto Oeste Potiguar.
Embrapa Informação Tecnológica
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