segunda-feira, 17 de setembro de 2018

O controle da doença do caroço que ataca caprinos e ovinos

mal do caroço caprinoA linfadenite caseosa ou “mal do caroço” é uma das doenças que mais traz prejuízos para produtores de caprinos e ovinos. É conhecida por este nome por se manifestar na forma de caroços ou abscessos, geralmente abaixo das orelhas e mandíbulas ou à frente do pernil e palheta dos animais, além de afetar órgãos internos como fígado e pulmão. Para o médico veterinário, Cezar Cavalcante, da Embrapa Caprinos e Ovinos, em Sobral, no Ceará, “Trata-se de uma doença crônica, causada por bactéria, e que não apresenta tratamento. A linfadenite pode trazer grandes perdas aos produtores, pela desvalorização da pele dos animais na indústria do couro, além de deixá-los debilitados, com redução na produção de leite e no ganho do peso. A única maneira de evitar sua disseminação é por meio de alternativas de controle”, explica Cavalcante.
A transmissão da linfadenite caseosa ocorre pelo contato direto entre os animais ou pela ingestão de água e alimentos que foram contaminados pelo pus dos abscessos. O material de um único abscesso tem quantidade de bactérias capaz de contaminar todo um rebanho. A resistência da bactéria causadora faz com que o uso de antibióticos não tenha efeito satisfatório. “É uma bactéria do tipo encapsulada, que possui membrana que impede a ação mais eficaz de medicamentos. A melhor alternativa é, portanto, tomar medidas para controle e prevenção”, ressalta Cavalcante.
No caso de rebanhos que não apresentam a doença, a recomendação é de que o produtor tenha cuidados para evitar a aquisição de animais contaminados, para que a linfadenite não seja introduzida. Além disso, recomenda-se a vacinação dos animais a partir dos três meses de idade, a correta higienização das instalações (apriscos, currais, entre outras) e a inspeção periódica, geralmente sendo feita a cada 15 dias,  dos animais para verificar se possuem abscessos. O corte e desinfecção do umbigo dos recém-nascidos também é medida importante, assim como o tratamento de qualquer ferimento, pois ele pode ser uma porta de acesso à contaminação pela bactéria.
Se o rebanho já apresentar sinais da linfadenite caseosa, o ideal é isolar os animais infectados e efetuar a drenagem dos caroços. Para isso, é preciso lavar a área do abscesso com água e sabão, depilar os pelos da região do caroço e desinfectar com álcool iodado, fazer abertura para retirada do pus, desinfectar o ferimento e manter o animal isolado até a cicatrização.
Este procedimento de drenagem deve ser feito com luvas e, ao final, todo o pus deve ser queimado e enterrado, assim como desinfectados os instrumentos para o corte e drenagem. Caso haja reaparecimento de caroços no mesmo animal, ele deve ser eliminado do rebanho, pois ele já pode ter a doença não só localizada, mas disseminada pelo organismo, aumentando o risco de infectar os demais.

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