O AGRO ESTÁ MATANDO TUDO >> Agrotóxicos e outras substâncias químicas matam 193 mil pessoas no mundo por ano, diz ONU
Número foi divulgado pela
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em reunião em Brasília sobre o
uso de pesticidas. Agência regional defendeu abordagem integrada entre
setores da saúde, agricultura e meio ambiente, a fim de enfrentar o
problema da exposição e intoxicação por substâncias químicas nocivas.
Cerca de 193 mil pessoas no mundo
perdem a vida todos os anos por exposição a substâncias químicas
nocivas, afirmou na terça-feira (11) o representante da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) no Brasil, Joaquín Molina.
Dirigente participou em Brasília de uma reunião sobre o uso de
agrotóxicos. Encontro teve a participação de outras agências das Nações
Unidas e também de instituições nacionais de regulação.
Segundo o especialista da OPAS, é
fundamental a atuação conjunta dos setores da saúde, agricultura e meio
ambiente no processo de regulamentação dos pesticidas. “Cada um (cada
setor) contribuindo para que tenhamos ao mesmo tempo uma população
saudável, a preservação dos recursos naturais e a eficiência da
produção”, explicou Molina.
“Nesse sentido, o Brasil é
referência internacional porque tem uma legislação sobre o tema baseada
nesses três pilares. E isso é fundamental para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável,
com os quais o Brasil e outros 192 países se comprometeram.
Principalmente, aqueles que propõem a gestão racional de produtos
químicos.”
De acordo com o representante do
organismo da ONU, combater a exposição e a intoxicação das pessoas por
agrotóxicos, por meio de alimentos ou ambientes contaminados, permitiria
reduzir os casos de doença cardíaca isquêmica e acidentes vasculares
cerebrais. Juntas, as duas complicações de saúde são as principais
causas de morte no mundo. Outra medida deve ser a proteção de
trabalhadores que correm risco de terem contato com produtos químicos
prejudiciais ao organismo.
Molina ressaltou ainda o papel
central da academia na regulação dos agrotóxicos. “São necessários novos
estudos para que tenhamos cada vez mais e melhores dados e evidências
para subsidiar a tomada de decisões e ajudar no desenvolvimento de novas
tecnologias”, completou.
A líder da equipe de segurança química da sede da Organização Mundial da Saúde (OMS), Carolyn Vickers, apresentou o Chemicals Roadmap –
um roteiro de ações concretas para temas em que o setor da saúde tem
liderança ou importante papel de apoio. A analista enfatizou a
necessidade de cooperação multissetorial.
“O Chemicals Roadmap fornece
uma abordagem estruturada para avaliar as lacunas e identificar ações
para acelerar o progresso na gestão segura de produtos químicos. É
organizado em quatro áreas de atuação: redução de riscos; conhecimento e
evidências científicas; capacidade institucional; liderança e
coordenação”, explicou Vickers.
Entre outros participantes da
reunião, estavam o representante da Organização das Nações Unidas para a
Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil, Alan Bojanic, a
representante da ONU Meio Ambiente no Brasil, Denise Hamú, o
diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA),
Fernando Mendes Garcia Neto, e a presidente do Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Suely Mara.
Também estiveram presentes
autoridades e profissionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, da Associação Nacional de Defesa Vegetal (ANDEF), do
Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), da
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), da Secretaria
Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (SEAD), da
Delegação da União Europeia e do Departamento de Agroquímicos e
Biológicos da Argentina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário