terça-feira, 19 de setembro de 2017

Estudo diz que melhoramento genético na pecuária ajuda a reduzir os gases de efeito estufa

boi no pastoO projeto “Pecuária de Baixa Emissão de Carbono: geração de valor na produção intensiva de carne e leite” faz parte do Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC), coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento com apoio do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA). Segundo os estudos, aumentar o desempenho produtivo do animal é uma das estratégias mais eficientes utilizadas na atividade pecuária para conter a emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE), por ter efeito cumulativo e permanente.
A mitigação dos gases é viabilizada pela capacidade do animal em aumentar a sua produção, usando o mesmo gasto calórico. Em uma criação de vacas leiteiras, por exemplo, aquelas que alcançam níveis produtivos maiores, com a otimização do uso de energia do corpo, irão, consequentemente, reduzir o volume de dejetos excretados.
“Essa diminuição levará a uma queda do total de substâncias nocivas à atmosfera liberadas pela atividade pecuária, considerando que a decomposição dos dejetos é uma das principais responsáveis pela emissão de metano (CH4)”, explica o consultor do Projeto e médico-veterinário, Cleandro Pazinato Dias.
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), por ano, cada bovino criado no Brasil é responsável por pelo menos 57 quilos (Kg) de CH4 despejados no meio ambiente. Essa média pode ser reduzida em até 35%, se adotadas técnicas de mitigação. O aumento da eficiência na produção pecuária pode potencializar o desempenho dos bovinos e reduzir a emissão de CH4 para 37,7 Kg por ano.
Uma das maneiras de garantir esse resultado pela fórmula “produção x energia despendida” se dá por meio do melhoramento genético, que também garantirá aos produtores, além de um aumento no desempenho da criação, melhor retorno econômico. “A quantidade de metano liberado, por exemplo, varia conforme a quantidade e a qualidade do alimento digerido, do grau de digestibilidade e das condições de criação dos animais”, explica Dias, “dessa forma, a nutrição animal se torna um dos fatores importantes para a conservação ambiental na produção pecuária”, esclarece. O uso de grãos e alimentos concentrados na dieta e o processamento adequado das forragens conservadas, para melhorias no processo digestivo, é fundamental.

O Projeto “Pecuária de Baixa Emissão de Carbono: Geração de Valor na Produção Intensiva de Carne e Leite” tem por finalidade desenvolver ações para adoção de tecnologias de produção sustentável, com o objetivo de responder aos compromissos assumidos pelo Brasil na redução de emissão de Gases de Efeito Estufa no setor agropecuário. O projeto identificou e selecionou as tecnologias de produção sustentáveis passíveis de serem implantadas nas condições de produção de bovinos de corte e leite em sistemas confinados brasileiros. Os modelos viáveis estão sendo difundidos pelo Projeto por meio de workshops nas principais regiões produtoras do Brasil.

Nenhum comentário: