sexta-feira, 22 de setembro de 2017

‘Agroecologia é a esperança plantada na ciência, movimento e prática’

Para a professora da UFV Irene Maria Cardoso, que preside a Associação Brasileira de Agroecologia, setor vai além da denúncia das mazelas: “anunciamos a esperança com base em 30 anos de experiência”
Mais de 4.200 participantes, de 20 países, debateram avanços e desafios da agroecologia (Arquivo/RBA)
Mais de 4.200 participantes, de 20 países, debateram avanços e desafios da agroecologia (Arquivo/RBA)
São Paulo – A agroecologia trabalha com a esperança. “Não trabalha só com a denúncia, embora a gente denuncie a perda de direitos, a invasão de territórios de povos tradicionais, os projetos de mineração que estão em andamento. Mas a gente também anuncia a esperança. E nossos anúncios não são feitos apenas a partir dos nossos sonhos, e sim a partir das nossas experiências de mais de 30 anos”.
A síntese é da professora da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e atual presidenta da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), Irene Maria Cardoso. Para ela, esta é a principal razão que desperta cada vez mais o interesse da sociedade pela agroecologia e um dos principais motivos do sucesso do congresso brasileiro e latino-americano que a entidade realizou em parceria com a Embrapa, além de outros apoiadores, ao longo da última semana, em Brasília.
A esperança semeada pela agroecologia a partir da articulação de movimento social, ciência e prática, de acordo com Irene, aponta o melhor caminho não só para a produção limpa de alimentos saudáveis para todos, sem o uso de agrotóxicos e transgênicos, mas também para a transformação da sociedade.

Esse aspecto, segundo ela acredita, ficou muito evidente para os mais de 4.200 participantes, entre representantes de 25 países latino-americanos e europeus, principalmente. “Muita gente com quem conversei, como estudantes, que estavam pela primeira vez em um congresso, e até mesmo quem já tinha experiência de outros, se dizia reenergizada”, afirmou.

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