quinta-feira, 14 de setembro de 2017

A preservação do meio ambiente tem papel importante da agricultura nacional


mapa agricultura - meio ambienteÉ o que demonstra estudo desenvolvido pelo Grupo de Inteligência Territorial Estratégica (Gite) da Embrapa, a partir das análises de dados geocodificados do Cadastro Ambiental Rural (CAR). É possível observar, significativa participação da agricultura na preservação do meio ambiente. Resultados preliminares apontam que, no final de 2016, mais de 170 milhões de hectares de vegetação nativa estavam preservados pelos agricultores dentro dos imóveis rurais, o que representa mais de 20% do território brasileiro.
Os trabalhos, coordenados pelo pesquisador Evaristo de Miranda, chefe-geral da Embrapa Monitoramento por Satélite (SP), foram iniciados com a incorporação da base de dados do CAR do Serviço Florestal Brasileiro ao Sistema de Inteligência Territorial Estratégica (Site) do Gite. As informações disponibilizadas contêm dados como o perímetro do imóvel rural, além de mapas das áreas exploradas, consolidadas, de preservação permanente, de reserva legal, de interesse social, de utilidade pública entre outros. Ao todo, quase 4 milhões de imóveis rurais estavam inscritos no CAR até dezembro de 2016, abrangendo uma área cadastrada da ordem de 400 milhões de hectares. Como o cadastramento ainda está aberto, esses números não param de crescer.
Análises do Gite mostram que, no Sul, UCs e terras indígenas protegem 2% da região, enquanto produtores preservam o equivalente a 17% da área da região. Dentro da área agrícola, por sua vez, os agricultores preservam 26% das terras, número superior à exigência do Código Florestal (definida em 20%). No Sudeste, apontam os cálculos, os produtores preservam 17% da vegetação nativa, enquanto o Estado protege 4%. Na área rural, eles preservam 29% de suas terras, número também superior à exigência da legislação ambiental. As análises não contam ainda com os dados do Espírito Santo. De acordo com as análises do Gite, na região Centro Oeste − ainda sem os dados do Mato Grosso do Sul − os produtores preservam em seus imóveis 33% da região, ao passo que áreas protegidas preservam 14%. Na área agrícola, 49% das terras são mantidas em vegetação nativa. Chamam atenção os números do CAR na região Norte. No Tocantins, por exemplo, o estudo aponta que a agricultura preserva o dobro da área total das unidades de conservação e terras indígenas: 20% contra 10%. Nos imóveis, os produtores apresentam uma taxa de preservação da vegetação nativa de 56%. “Esse é o único estado da região não inserido integralmente no bioma Amazônia”, ressaltou Evaristo. Nos estados amazônicos, ele explicou, a proteção ambiental é abrangente: 71% do Amapá, 53% do Amazonas e 50% do Pará, além de amplos territórios recobertos por floresta tropical em terras devolutas.

Até o momento, o Nordeste conta com poucas áreas cadastradas no CAR − 34% do total. Os dados analisados, contudo, acompanham a mesma tendência das demais regiões e revelam o papel dos agricultores na preservação da vegetação nativa. De acordo com os cálculos do Gite, na maioria dos estados nordestinos, os produtores preservam mais de 50% da área de seus imóveis. A área preservada pela parcela de agricultores cadastrados no CAR, até 2016, já representava cerca de 20% da região, enquanto as áreas protegidas conservavam menos de 10%.  

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