Colômbia conhece experiência brasileira com tropicalização de hortaliças
Pesquisador Nuno Madeira, que integrou o grupo de técnicos da Embrapa, apresenta palestra no seminário internacional
No início do mês, entre os dias 05 e 07 de novembro, um grupo de
pesquisadores da Embrapa Hortaliças (Brasília, DF) ministrou palestras
no "Seminário Internacional sobre Cultivo de Hortaliças em Altas
Temperaturas", que aconteceu no município de Cereté, na região de
Córdoba, no Caribe Colombiano. O objetivo foi apresentar os resultados
de pesquisa e a experiência da Empresa com a adaptação de hortaliças às
condições tropicais.
Essa região da Colômbia tem tradição em criação de gado e cultivo de algodão, mas, por uma série de razões, inclusive sustentabilidade econômica e segurança alimentar da população, a Corporación Colombiana de Investigación Agropecuaria (Corpoica), instituição nacional de pesquisa, tem interesse em fomentar a produção de hortaliças nessas localidades de clima quente.
"Praticamente a totalidade das hortaliças é importada, muito embora a região apresente características importantes para o desenvolvimento dessa atividade agrícola como a proximidade com centros urbanos consumidores e solos com alta fertilidade, em virtude dos sedimentos ricos em nutrientes que são drenados pelos rios que passam pelos Andes", analisa o pesquisador Ítalo Guedes, chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Hortaliças.
A partir do evento – que reuniu um público aproximado de 300 pessoas entre agricultores, técnicos da extensão, docentes de universidades locais e pesquisadores da área, Corpoica e Embrapa sinalizam uma parceria que pretende testar na Colômbia materiais genéticos desenvolvidos para as condições tropicais brasileiras, inclusive variedades enriquecidas com nutrientes essenciais para saúde como a batata-doce com maior teor de betacaroteno, precursor da vitamina A.
Abóbora e berinjela são outros cultivos com potencial para a região do litoral caribenho colombiano, mesmo porque naturalmente são espécies mais resistentes às altas temperaturas. De acordo com Guedes, mais válido do que adaptar espécies que não estão presentes na localidade é tornar mais eficientes espécies que apresentem adaptação natural ao clima quente.
Além das experiências com tropicalização de hortaliças, os pesquisadores brasileiros falaram sobre adubação orgânica, plantio direto, pós-colheita e beneficiamento de hortaliças. Entre as tecnologias apresentadas estava a Unidade Móvel de Sombreamento, que protege as hortaliças recém-colhidas da exposição solar e, assim, melhora a vida útil dos alimentos.
"Eles almejam, no longo prazo, exportar algumas espécies de hortaliças para países próximos como os Estados Unidos. Para isso, faz-se necessário um grande aporte de tecnologia e a adoção de boas práticas de pós-colheita", pondera o chefe de P&D para quem, no primeiro momento, é mais razoável mirar a produção para consumo local. Além de Guedes, participaram do Seminário os pesquisadores Nuno Madeira, Mariane Vidal, Cláudia Ribeiro, Rita Luengo e Geovani Amaro.
Próximos passos
A parceria firmada entre Embrapa Hortaliças e Corpoica deve resultar em um projeto de cooperação Sul-Sul que está sendo construído pelos técnicos colombianos. A perspectiva é de que, até o final do ano, eles submetam a proposta para a Secretaria de Relações Internacionais da Embrapa.
Nesse ínterim, os pesquisadores de ambas as partes mantêm conversas para alinhar as expectativas da cooperação. "Mais do que a troca de conhecimentos e a validação de cultivares da Embrapa, estamos prevendo o intercâmbio de materiais genéticos", sublinha Guedes ao frisar o interesse na obtenção de algumas espécies cujo centro de origem e dispersão fica na Colômbia, por exemplo, a mandioquinha-salsa.
A proximidade geográfica e as semelhanças climáticas entre os dois países tornam a parceria estratégica para a geração de resultados de impacto para a horticultura tropical, ainda mais ao considerar a experiência em pesquisa agrícola acumulada pelas duas instituições. "A possibilidade de validar nossas tecnologias em outros países, com perfil semelhante ao nosso, é uma oportunidade de aperfeiçoar nossos programas de melhoramento genético e de adaptação de sistemas de cultivos que visam à tropicalização", analisa Guedes.
Essa região da Colômbia tem tradição em criação de gado e cultivo de algodão, mas, por uma série de razões, inclusive sustentabilidade econômica e segurança alimentar da população, a Corporación Colombiana de Investigación Agropecuaria (Corpoica), instituição nacional de pesquisa, tem interesse em fomentar a produção de hortaliças nessas localidades de clima quente.
"Praticamente a totalidade das hortaliças é importada, muito embora a região apresente características importantes para o desenvolvimento dessa atividade agrícola como a proximidade com centros urbanos consumidores e solos com alta fertilidade, em virtude dos sedimentos ricos em nutrientes que são drenados pelos rios que passam pelos Andes", analisa o pesquisador Ítalo Guedes, chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Hortaliças.
A partir do evento – que reuniu um público aproximado de 300 pessoas entre agricultores, técnicos da extensão, docentes de universidades locais e pesquisadores da área, Corpoica e Embrapa sinalizam uma parceria que pretende testar na Colômbia materiais genéticos desenvolvidos para as condições tropicais brasileiras, inclusive variedades enriquecidas com nutrientes essenciais para saúde como a batata-doce com maior teor de betacaroteno, precursor da vitamina A.
Abóbora e berinjela são outros cultivos com potencial para a região do litoral caribenho colombiano, mesmo porque naturalmente são espécies mais resistentes às altas temperaturas. De acordo com Guedes, mais válido do que adaptar espécies que não estão presentes na localidade é tornar mais eficientes espécies que apresentem adaptação natural ao clima quente.
Além das experiências com tropicalização de hortaliças, os pesquisadores brasileiros falaram sobre adubação orgânica, plantio direto, pós-colheita e beneficiamento de hortaliças. Entre as tecnologias apresentadas estava a Unidade Móvel de Sombreamento, que protege as hortaliças recém-colhidas da exposição solar e, assim, melhora a vida útil dos alimentos.
"Eles almejam, no longo prazo, exportar algumas espécies de hortaliças para países próximos como os Estados Unidos. Para isso, faz-se necessário um grande aporte de tecnologia e a adoção de boas práticas de pós-colheita", pondera o chefe de P&D para quem, no primeiro momento, é mais razoável mirar a produção para consumo local. Além de Guedes, participaram do Seminário os pesquisadores Nuno Madeira, Mariane Vidal, Cláudia Ribeiro, Rita Luengo e Geovani Amaro.
Próximos passos
A parceria firmada entre Embrapa Hortaliças e Corpoica deve resultar em um projeto de cooperação Sul-Sul que está sendo construído pelos técnicos colombianos. A perspectiva é de que, até o final do ano, eles submetam a proposta para a Secretaria de Relações Internacionais da Embrapa.
Nesse ínterim, os pesquisadores de ambas as partes mantêm conversas para alinhar as expectativas da cooperação. "Mais do que a troca de conhecimentos e a validação de cultivares da Embrapa, estamos prevendo o intercâmbio de materiais genéticos", sublinha Guedes ao frisar o interesse na obtenção de algumas espécies cujo centro de origem e dispersão fica na Colômbia, por exemplo, a mandioquinha-salsa.
A proximidade geográfica e as semelhanças climáticas entre os dois países tornam a parceria estratégica para a geração de resultados de impacto para a horticultura tropical, ainda mais ao considerar a experiência em pesquisa agrícola acumulada pelas duas instituições. "A possibilidade de validar nossas tecnologias em outros países, com perfil semelhante ao nosso, é uma oportunidade de aperfeiçoar nossos programas de melhoramento genético e de adaptação de sistemas de cultivos que visam à tropicalização", analisa Guedes.
Embrapa Hortaliças
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