Procriação de insetos em refúgio pode ser solução para controle de pragas em plantações |
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A
implantação de áreas de refúgio é uma técnica de manejo da resistência
de inseto (MRI) adotada no sistema de Manejo Integrado de Pragas e
recomendado para culturas como soja, milho e algodão.Esse criatório
modera pragas de difícil controle dificultando a quebra da resistência
da tecnologia Bt (Bacillus thuringiensis), preservando o equilíbrio do
sistema. O manejo integrado de pragas (MIP) concilia métodos de controle
com princípios ecológicos, econômicos e sociais, objetivando interferir
o mínimo possível no agroecossistema. Para implantação, é preciso
adotar etapas fundamentais que envolvem a avaliação do ecossistema, a
tomada de decisão e a escolha da estratégia de controle.
Nas lavouras Bt cultiva-se uma pequena porcentagem – que varia conforme a cultura – de
cultivares convencionais para que os insetos possivelmente resistentes a
Bt e os suscetíveis procriem, gerando uma nova população sem
resistência, proporcionando uma sobrevida à toxina. A cultura Bt é
obtida por meio da transformação genética de plantas com genes da
bactéria Bacillus thuringiensis, responsáveis pela produção de proteínas
com ação inseticida, protegendo o material contra o ataque de espécies
de insetos como a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) e a
broca-do-colmo (Diatraea saccharalis).
Na
cultura de milho safrinha, indica-se uma área de refúgio de 5% a 10% do
total da lavoura, dependendo do material transgênico utilizado,
seguindo a recomendação das empresas detentoras. O criatório deve ser
semeado com cultivares de iguais porte e ciclo do milho Bt, e a no
máximo 800 metros de distância. O sincronismo entre o desenvolvimento
das plantas geneticamente modificadas com aquelas não Bt aumenta as
chances de acasalamento entre os insetos adultos.
“O
plantio simultâneo de Bt e não Bt ainda é visto pelo produtor como um
trabalho a mais, porém o desenvolvimento conjunto é necessário e
comprovadamente eficiente”, atesta a analista de transferência de
tecnologia da Embrapa, Carmen Pezarico. A técnica da Empresa explica
ainda que, para alguns tipos de materiais, é aconselhado o refúgio no
saco, “um método que consiste na mistura de sementes de plantas
modificadas e não modificadas. A desvantagem está em predispor os
insetos vulneráveis mais facilmente às plantas Bt e diminuir o número
desses para garantir o cruzamento com insetos resistentes. Já a vantagem
é a facilidade e proximidade dos insetos suscetíveis migrarem para
acasalar com os resistentes”.
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da redação do Nordeste Rural |
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