segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Procriação de insetos em refúgio pode ser solução para controle de pragas em plantações
A implantação de áreas de refúgio é uma técnica de manejo da resistência de inseto (MRI) adotada no sistema de Manejo Integrado de Pragas e recomendado para culturas como soja, milho e algodão.Esse criatório modera pragas de difícil controle dificultando a quebra da resistência da tecnologia Bt (Bacillus thuringiensis), preservando o equilíbrio do sistema. O manejo integrado de pragas (MIP) concilia métodos de controle com princípios ecológicos, econômicos e sociais, objetivando interferir o mínimo possível no agroecossistema. Para implantação, é preciso adotar etapas fundamentais que envolvem a avaliação do ecossistema, a tomada de decisão e a escolha da estratégia de controle.
Nas lavouras Bt cultiva-se uma pequena porcentagem – que varia conforme a cultura –  de cultivares convencionais para que os insetos possivelmente resistentes a Bt e os suscetíveis procriem, gerando uma nova população sem resistência, proporcionando uma sobrevida à toxina. A cultura Bt é obtida por meio da transformação genética de plantas com genes da bactéria Bacillus thuringiensis, responsáveis pela produção de proteínas com ação inseticida, protegendo o material contra o ataque de espécies de insetos como a lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) e a broca-do-colmo (Diatraea saccharalis).
Na cultura de milho safrinha, indica-se uma área de refúgio de 5% a 10% do total da lavoura, dependendo do material transgênico utilizado, seguindo a recomendação das empresas detentoras. O criatório deve ser semeado com cultivares de iguais porte e ciclo do milho Bt, e a no máximo 800 metros de distância. O sincronismo entre o desenvolvimento das plantas geneticamente modificadas com aquelas não Bt aumenta as chances de acasalamento entre os insetos adultos.
“O plantio simultâneo de Bt e não Bt ainda é visto pelo produtor como um trabalho a mais, porém o desenvolvimento conjunto é necessário e comprovadamente eficiente”, atesta a analista de transferência de tecnologia da Embrapa, Carmen Pezarico. A técnica da Empresa explica ainda que, para alguns tipos de materiais, é aconselhado o refúgio no saco, “um método que consiste na mistura de sementes de plantas modificadas e não modificadas. A desvantagem está em predispor os insetos vulneráveis mais facilmente às plantas Bt e diminuir o número desses para garantir o cruzamento com insetos resistentes. Já a vantagem é a facilidade e proximidade dos insetos suscetíveis migrarem para acasalar com os resistentes”.

da redação do Nordeste Rural

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