terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Preço do milho têm perspectiva de viés altista no longo prazo


Segundo análise do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgada nesta segunda, dia 17, no seu boletim semanal sobre o milho, o relatório de fevereiro de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) elevou as projeções de consumo e exportações mundiais ante queda em relação à produção e estoques finais na safra 2013/2014.
Apesar de a expectativa de estoque/consumo mundial ficar próxima a 16,7%, a maior relação desde a safra 2009/2010, as perspectivas para as cotações baseadas no último relatório trazem viés altista em longo prazo, principalmente baseado no aumento de consumo e diminuição dos estoques.
Em relação ao Brasil, a Conab também trouxe, em seu quinto levantamento de safra, dados sobre a segunda safra de milho. A produção nacional de milho de segunda safra foi estimada em 42,83 milhões de toneladas para a safra 2013/2014, um recuo anual de 7,15%, motivado pela baixa na área e na produtividade, com 4,8% e 2,4%, respectivamente.
O principal Estado que impactou nesta redução foi Mato Grosso, com queda expressiva de 14,46% em sua produção, ocasionada, principalmente, pela diminuição de investimentos na cultura frente a outras mais rentáveis. Com importância significativa na produção nacional, Mato Grosso encerra a primeira quinzena de fevereiro com 45,9% de sua área semeada. As chances de semeadura dentro da janela ideal elevam-se, podendo, com isso, garantir bons rendimentos.
Mercado futuro
O preço do milho no mercado futuro, tanto na Bolsa de Chicagp (CBOT) quanto na BM&F, está apresentando valorização desde o final do ano passado. As cotações na Bolsa de Chicago vêm sentindo pressões altistas devido ao aumento da demanda interna e externa nos Estados Unidos. No mês de fevereiro o milho ficou próximo a R$ 25 a saca em Chicago, estimulado, sobretudo, pelos dados de oferta e demanda do USDA.
As cotações do milho na BM&F também vêm apresentando elevação nos últimos meses, todavia, em maiores proporções. Um dos motivos que vêm pressionando as cotações para cima é a expectativa de uma oferta do cereal menor que a esperada internamente, ao lado de uma forte demanda na safra 2013/2014. Na última sexta, dia 14, o cereal encerrou cotado a R$ 30,74 a saca para vencimento em março deste ano, preço R$ 5,55 a saca maior que o do fechamento da Bolsa de Chicago.
Exportações de Mato Grosso
Em janeiro de 2014, as exportações de milho mato-grossenses registraram 2,23 milhões de toneladas, volume recorde de embarques realizados no mês de janeiro. De julho do ano passado até janeiro, o volume exportado da safra 2012/2013 acumulou 13,35 milhões de toneladas. Esta quantia é 26% maior que a registrada no mesmo período (julho/janeiro) da safra 2011/2012.
Além disso, levando em consideração que ainda restam os embarques de cinco meses para encerrar a safra, esta já possui volume superior ao total escoado no ciclo 2011/2012, que havia sido, até então, o maior em volumes de exportação. Com certeza este recorde de escoamento ocorreu, sobretudo, devido à produção recorde no Estado. O Imea projeta que a safra 2012/2013 se encerre com volumes embarcados próximos a 14,5 milhões de toneladas. Se esse volume se consolidar, apesar de recorde, apresentará a menor participação das exportações na produção das últimas três safras (64,4%). (IMEA)

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