segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Palha seca pode ser tratada com água e uréia para servir ao gado
A recuperação da qualidade forrageira de mato seco, em especial as palhas de culturas perdidas nas roças, é um processo simples que envolve apenas água e uréia. Misturadas e despejadas sobre este material endurecido, e acondicionados em uma lona plástica, o insumo se transforma em um gás que tem a capacidade de amolecer as palhadas e ainda recuperar parte da sua proteína. Esta técnica é conhecida como amoniação ou amonização.
Com um pouco de recurso, o criador pode transformar restos de cultura, galhos e gravetos ressequidos, com baixo valor nutricional, em uma boa foragem para caprinos, ovinos e bovinos. O melhor é que nesta alteração não está envolvido qualquer insumo técnico sofisticado ou complexo.
Para o técnico da Embrapa Semiárido, em Petrolina, interior de Pernambuco, Daniel Miranda, não é qualquer tipo de mato que se pode fazer a amoniado. É preciso utilizar restos de cultura como a palha de milho, arroz, feijão e resíduos de ração animal. “Esse tratamento é com uréia pecuária. O produtor deve utilizar a palha seca, na proporção de cem quilos para cinco quilos de uréia, diluída em 25 litros de água. Basta colocar uma lona ou plástico sobre a palha e depois de 20 dias da data em que foi fechada já é possível fornecer aos animais”, explica Miranda.
Na abertura do plástico, o agricultor precisa ter cuidado para não respirar o gás contido junto com a forragem. Ao ser aberta a lona e a palhada estiver com uma coloração escurecida e consistência macia, é sinal que o gás não escapou e a amoniação deu certo.
 O técnico da Embrapa, porém, explica que o agricultor precisa adotar algumas precauções no fornecimento do material amoniado para os animais. Antes de colocar para os animais consumirem, é necessário deixar a forragem em repouso de um dia para o outro. Esta é uma forma de se assegurar a evaporação do excesso de gás do alimento.
As quantidades a serem colocadas para o consumo dos rebanhos é outro aspecto a ser bem observado. De acordo com Daniel, a porção de consumo adequada é de 1,5 a 2% do peso vivo do animal. Bovinos, por exemplo, devem receber de 4 a 6 kg/cabeça/dia. No caso de caprinos e ovinos, a quantidade oferecida deve ser de 0,5 a 0,7 kg/cabeça/dia.
Nos períodos mais intensos da seca, recorrer a esta técnica de amoniação é uma boa decisão para melhorar a dieta dos rebanhos. Ela não fará os animais ganharem peso, mas, será nutritiva o bastante para que não percam. Dessa forma, manterão o peso até a chegada do período chuvoso. É um grande negócio para os agricultores, garante Daniel Miranda.
da redação do Nordeste Rural

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