terça-feira, 24 de abril de 2018

Uma nova variedade de mandioquinha-salsa ou batata baroa mais produtiva


mandioquinhaAs cultivares BRS Rúbia 41 e BRS Catarina 64 produzem até 80% a mais que a Amarela de Senador Amaral. Neste mês elas serão disponibilizadas ao mercado e, pela primeira vez nessa cultura, com mudas certificadas. Além de melhorar o desempenho da produção, os cientistas pretendem diversificar geneticamente as lavouras, hoje com hegemonia da variedade Amarela de Senador Amaral, lançada há duas décadas também pela Embrapa, e que hoje domina 95% da área nacional plantada com essa raiz.
O pesquisador da Embrapa Nuno Madeira, que coordena os trabalhos de pesquisa com a mandioquinha-salsa desde 2002, esclarece que a diversificação dos materiais é importante para a manutenção da cultura. “O domínio de uma única variedade, como era o caso da Amarela de Senador Amaral, fragiliza a cadeia produtiva ao torná-la suscetível a problemas, como surtos de insetos-pragas, doenças, nematoides ou à ocorrência de intenso calor ou frio”, explica o cientista.
As pesquisas em campo mostraram que a grande vantagem da BRS Rúbia 41 e da BRS Catarina 64 está nos níveis de produtividade: de 60% a 80% maiores que a Amarela de Senador Amaral. De acordo com Madeira, nas lavouras em que o produtor colhia 100 caixas, com as novas variedades ele passou a colher até 180 caixas. Esse aumento de produtividade pode reduzir os custos de produção, aumentando a rentabilidade dos produtores rurais.

Atualmente, são cerca de 15 mil hectares cultivados no Brasil com produção estimada em torno de 150 mil a 200 mil toneladas por ano. A cultura envolve cerca de cinco mil famílias e movimenta aproximadamente R$ 2 bilhões anualmente. Oriunda da Cordilheira dos Andes, entre o Peru e a Colômbia, de regiões com altitude entre 1.500 a 2.500 metros, a mandioquinha-salsa, conhecida também como batata-baroa ou batata-salsa, chegou em 1907 ao Rio de Janeiro, de onde se difundiu para regiões serranas do Sudeste e do Sul. Ela também é cultivada no Planalto Central em locais com mais de 1.000 metros de altitude.

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