terça-feira, 25 de outubro de 2016

Investimento na agricultura familiar dá frutos na Paraíba


Investimento na agricultura familiar dá frutos na Paraíba


São mais de 410 mil agricultores familiares vivendo no estado da Paraíba, de acordo com o último Censo Agropecuário. A capital, João Pessoa, é considerada uma das cidades mais arborizadas do mundo, que, por vezes, contrasta com a seca que castiga o Nordeste. Mais de 86% de toda a extensão territorial do estado está na região Semiárida – são 170 dos 223 municípios.

A Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead) dá suporte para auxiliar os agricultores familiares nessas adversidades climáticas. Nesta safra, por exemplo, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) está disponibilizando R$ 30 bilhões para contratação em todo o país. Na safra 2015/2016, os agricultores da região Nordeste acessaram mais de R$ 3 bilhões em créditos.

Só no estado da Paraíba, foram quase 73 mil contratos de custeio e de investimento pelo Pronaf, totalizando R$ 244,2 milhões para melhorias nas propriedades de agricultores familiares.

Ações

De acordo com dados do governo estadual, de janeiro de 2015 a maio de 2016, foram investidos mais de R$ 56 milhões em recursos para projetos e ações voltadas para o público da agricultura familiar. Dentre as iniciativas, estão o acesso à inovação, tecnologias sociais e assistência técnica; emprego e renda no campo; água para consumo humano, vegetal e animal, e acesso a políticas públicas.

O delegado federal da Sead na Paraíba, José Almeida Filho, acredita que a agricultura familiar no estado tem evoluído bastante, mas que ainda precisa de incentivos. “Ainda tem muito o que crescer. Alcançamos um patamar muito bom, somos responsáveis pela maior parte dos alimentos que estão nas mesas dos brasileiros, mas pode melhorar”, pontua.

Para ele, os programas da Sead e os do governo ajudam no desenvolvimento da agricultura familiar. “A aceitação por parte dos agricultores é muito boa. Mesmo com a situação delicada em que vivemos agora, os programas são fortes”, admite.

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) é um bom exemplo. A agricultura familiar garantiu demanda suficiente para abastecer as escolas da rede pública de ensino do estado. Foram 133 produtos ofertados e um recurso de R$ 35 milhões entre 2011 e 2015 para melhorar a vida dos estudantes.

Ater

Em Rio Tinto, município da região metropolitana de João Pessoa (PB), vive a agricultora familiar Maria de Lourdes Marques da Silva, de 41 anos. Ela, o marido e duas das três filhas vivem com outras famílias na comunidade Patrício. A horta com alface, couve, coentro, tomate e outros itens garante o sustento deles. “A gente sobrevive da nossa horta. Eu mesma levo para vender nas feiras públicas”, diz.

Maria conta que o sonho dela é aumentar a pequena horta e colocar um sistema de irrigação. Para isso, ela deve contar com os serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater). “Levamos mais de três horas para regar toda a plantação. Com o sistema de irrigação, vai até sobrar tempo para eu lavar minha área, fazer minhas coisas, sabe?”

A partir dos serviços de Ater, prestados pelos técnicos da Paraíba, Maria e a família vão poder continuar no campo, lugar de onde ela não pretende sair. “Não quero sair, não, porque é com isso aqui que eu sobrevivo, eu gosto daqui”, avisa.

Números

As famílias rurais paraibanas são responsáveis pela produção de 92% do arroz, 88% da mandioca e do feijão, 86% do café e 84% do milho no estado. São quase 150 mil estabelecimentos da agricultura familiar na Paraíba.

A Paraíba tem uma população de mais de 3,7 milhões de habitantes e ocupa o 5º lugar entre os estados nordestinos mais populosos, segundo o IBGE. Sua área é de 56.469,778 km², pouco menor que a Croácia. É o 13º estado mais populoso do Brasil e está dividido em quatro mesorregiões, 23 microrregiões e 223 municípios. A informação é da Assessoria de Comunicação Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário.
  

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