Assentados paraibanos conseguem renda extra com venda de tilápias na Semana Santa
foto: Coonap
A Semana Santa foi de fartura e de renda extra para os agricultores do Assentamento Cachoeira Grande, no município de Aroeiras, no agreste paraibano.
Os assentados comercializaram 470 quilos de tilápia, a R$ 8 o quilo, para moradores da comunidade e da vizinhança. O tanque onde é desenvolvido o projeto de piscicultura é abastecido com o rejeito (o excedente do efluente) resultante do processo de dessalinização da água de um poço artesiano que garante a segurança hídrica de 95 famílias da região, incluindo as 33 famílias do assentamento.
Segundo o presidente da Associação do Assentamento, Celso Ferreira de Souza, a metade dos R$ 3.760 arrecadados com a despesca foi destinada à compra de ração para os peixes e de peças de manutenção do dessalinizador; e o restante dividido entre os quatro membros da equipe de voluntários da Unidade Demonstrativa do Programa Água Doce, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, com a parceria de diversas instituições, e recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES).
“Essa é a quarta ou quinta despesca que a gente faz. Os peixes foram retirados do tanque com rede de arrasto e a comercialização foi feita na beira do tanque mesmo. Quem queria comprar ficava acompanhando a despesca, esperando o peixe vivo pra levar pra casa”, contou Souza, acrescentando que cada peixe pesava entre 500 e 700 gramas.
Feito na hora
Dona de uma pequena mercearia em frente aos tanques, a assentada Maria das Neves Barbosa encontrou uma forma de também lucrar com a despesca. Ela cozinhou peixe no coco e caldo de peixe para vender a assentados e visitantes.
Após a despesca, o tanque será limpo e voltará a receber água e novos alevinos fornecidos pelo Programa Água Doce, que devem engordar por seis ou sete meses até estarem prontos para serem comercializados.
O Assentamento Cachoeira Grande possui três tanques para criação de peixes. O rejeito é o concentrado resultante do processo de dessalinização da água do poço. Ele segue para dois tanques de contenção, escavados no solo e forrados com lonas apropriadas, onde são criadas as tilápias.
Um terceiro tanque é usado como auxiliar no processo de limpeza dos outros tanques. O rejeito também é utilizado para a dessedentação animal e para o plantio, irrigado por gotejamento, da Atriplex, utilizada para forragem animal e também conhecida como erva-sal, por sua capacidade de absorver quase a totalidade do sal do concentrado.
Assistência Técnica
As famílias assentadas em Cachoeira Grande são assistidas pela Cooperativa de Trabalho Múltiplo de Apoio às Organizações de Autopromoção (Coonap), entidade de assistência técnica contratada pelo Incra/PB para atender o assentamento. Os técnicos da Coonap acompanham o funcionamento do Projeto Água Doce, assim como as culturas tradicionais de milho, feijão, fava e jerimum cultivadas no assentamento e a criação de bovinos, aves, caprinos e ovinos.
As 33 casas do Assentamento Cachoeira Grande também possuem cisternas de placas com capacidade para 16 mil litros cada uma construídas em 2010 com recursos do Crédito Semiárido do Incra – a maior parte pelas mãos de Souza.
Programa Água Doce
A implantação do Programa Água Doce no assentamento, em 2012, com R$ 117 mil em recursos do BNDES, incluiu a construção da Unidade Demonstrativa (casa do dessalinizador e três tanques de retenção para criação de peixes); o peixamento dos tanques de produção, com 1,5 mil alevinos; o treinamento da comunidade para operação da Unidade Demonstrativa; e atividades de mobilização social para a sustentabilidade ambiental do programa.
O Programa Água Doce é uma ação do Governo Federal, coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente, em parceria com cerca de 200 instituições federais, estaduais, municipais e sociedade civil, que atende prioritariamente comunidades rurais localizadas no Semiárido Brasileiro e faz parte do Programa Água para Todos do Plano Brasil Sem Miséria. O Programa busca estabelecer uma política pública permanente de acesso à água de qualidade para o consumo humano por meio do aproveitamento sustentável de águas subterrâneas, incorporando cuidados ambientais e sociais na gestão de sistemas de dessalinização.
Os recursos são resultados de convênio firmado entre os ministérios do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Social (MDS) e da Agência Nacional de Água (ANA).
A Unidade Demonstrativa do Assentamento Cachoeira Grande foi implantada com a coordenação técnica da Embrapa Semiárido, em parceria com o BNDES, a Associação Técnico Científica Ernesto Luiz de Oliveira Júnior (Atecel), a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), a Embrapa Meio Ambiente, o Incra, o Governo do Estado da Paraíba e o Ministério do Meio Ambiente por meio da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano e Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental.
NOTA DO BLOG: A velha Paraíba sempre na frente. Muita criatividade. Como sempre.
A Semana Santa foi de fartura e de renda extra para os agricultores do Assentamento Cachoeira Grande, no município de Aroeiras, no agreste paraibano.
Os assentados comercializaram 470 quilos de tilápia, a R$ 8 o quilo, para moradores da comunidade e da vizinhança. O tanque onde é desenvolvido o projeto de piscicultura é abastecido com o rejeito (o excedente do efluente) resultante do processo de dessalinização da água de um poço artesiano que garante a segurança hídrica de 95 famílias da região, incluindo as 33 famílias do assentamento.
Segundo o presidente da Associação do Assentamento, Celso Ferreira de Souza, a metade dos R$ 3.760 arrecadados com a despesca foi destinada à compra de ração para os peixes e de peças de manutenção do dessalinizador; e o restante dividido entre os quatro membros da equipe de voluntários da Unidade Demonstrativa do Programa Água Doce, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, com a parceria de diversas instituições, e recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES).
“Essa é a quarta ou quinta despesca que a gente faz. Os peixes foram retirados do tanque com rede de arrasto e a comercialização foi feita na beira do tanque mesmo. Quem queria comprar ficava acompanhando a despesca, esperando o peixe vivo pra levar pra casa”, contou Souza, acrescentando que cada peixe pesava entre 500 e 700 gramas.
Feito na hora
Dona de uma pequena mercearia em frente aos tanques, a assentada Maria das Neves Barbosa encontrou uma forma de também lucrar com a despesca. Ela cozinhou peixe no coco e caldo de peixe para vender a assentados e visitantes.
Após a despesca, o tanque será limpo e voltará a receber água e novos alevinos fornecidos pelo Programa Água Doce, que devem engordar por seis ou sete meses até estarem prontos para serem comercializados.
O Assentamento Cachoeira Grande possui três tanques para criação de peixes. O rejeito é o concentrado resultante do processo de dessalinização da água do poço. Ele segue para dois tanques de contenção, escavados no solo e forrados com lonas apropriadas, onde são criadas as tilápias.
Um terceiro tanque é usado como auxiliar no processo de limpeza dos outros tanques. O rejeito também é utilizado para a dessedentação animal e para o plantio, irrigado por gotejamento, da Atriplex, utilizada para forragem animal e também conhecida como erva-sal, por sua capacidade de absorver quase a totalidade do sal do concentrado.
Assistência Técnica
As famílias assentadas em Cachoeira Grande são assistidas pela Cooperativa de Trabalho Múltiplo de Apoio às Organizações de Autopromoção (Coonap), entidade de assistência técnica contratada pelo Incra/PB para atender o assentamento. Os técnicos da Coonap acompanham o funcionamento do Projeto Água Doce, assim como as culturas tradicionais de milho, feijão, fava e jerimum cultivadas no assentamento e a criação de bovinos, aves, caprinos e ovinos.
As 33 casas do Assentamento Cachoeira Grande também possuem cisternas de placas com capacidade para 16 mil litros cada uma construídas em 2010 com recursos do Crédito Semiárido do Incra – a maior parte pelas mãos de Souza.
Programa Água Doce
A implantação do Programa Água Doce no assentamento, em 2012, com R$ 117 mil em recursos do BNDES, incluiu a construção da Unidade Demonstrativa (casa do dessalinizador e três tanques de retenção para criação de peixes); o peixamento dos tanques de produção, com 1,5 mil alevinos; o treinamento da comunidade para operação da Unidade Demonstrativa; e atividades de mobilização social para a sustentabilidade ambiental do programa.
O Programa Água Doce é uma ação do Governo Federal, coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente, em parceria com cerca de 200 instituições federais, estaduais, municipais e sociedade civil, que atende prioritariamente comunidades rurais localizadas no Semiárido Brasileiro e faz parte do Programa Água para Todos do Plano Brasil Sem Miséria. O Programa busca estabelecer uma política pública permanente de acesso à água de qualidade para o consumo humano por meio do aproveitamento sustentável de águas subterrâneas, incorporando cuidados ambientais e sociais na gestão de sistemas de dessalinização.
Os recursos são resultados de convênio firmado entre os ministérios do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Social (MDS) e da Agência Nacional de Água (ANA).
A Unidade Demonstrativa do Assentamento Cachoeira Grande foi implantada com a coordenação técnica da Embrapa Semiárido, em parceria com o BNDES, a Associação Técnico Científica Ernesto Luiz de Oliveira Júnior (Atecel), a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), a Embrapa Meio Ambiente, o Incra, o Governo do Estado da Paraíba e o Ministério do Meio Ambiente por meio da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano e Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental.
NOTA DO BLOG: A velha Paraíba sempre na frente. Muita criatividade. Como sempre.
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