terça-feira, 26 de agosto de 2014

Estudo traça mapa genético do caprino Marota

Foto: Jeane Moura
Jeane Moura - Os caprinos Marota estão ameaçados de extinção
Os caprinos Marota estão ameaçados de extinção
Um mapa genético da raça caprina Marota, que está ameaçada de extinção, será traçado ainda este ano pela Embrapa Meio-Norte. A ideia desse mapeamento é conhecer o fluxo gênico – passagem de um determinado gene de uma geração a outra – para que os pesquisadores possam conduzir melhor e com mais segurança os trabalhos de melhoramento genético e conservação da raça.
A coleta de material biológico no plantel de conservação de caprinos Marota, formado por 105 animais e  mantido pela Embrapa no município de Castelo do Piauí, a 184 quilômetros ao norte de Teresina, começou este mês. Esse rebanho forma o único banco de germoplasma oficial da raça no Brasil. O trabalho está sendo conduzido pelas pesquisadores Adriana Mello e Tânia Leal, o assistente Ozires Barbosa e pela estudante de doutorado Jeane de Oliveira Moura, da Universidade Federal do Piauí.
O estudo, segundo a pesquisadora Adriana Mello, usará modernas tecnologias de genotipagem, como o BeadChips, que contém mais de 50 mil marcadores moleculares. Esse chip é fabricado pela empresa Illumina Incorporated, de San Diego, na Califórnia, Estados Unidos. A genotipagem das amostras já coletadas, de acordo com a pesquisadora, vai ser conduzida pelo laboratório da empresa Deoxi Biotecnologia Ltda, com sede no município de Araçatuba, em São Paulo.
Adriana Mello revela que marcadores moleculares SNPs – Single Nucleotide Polymorphism – como os que serão usados na genotipagem dos caprinos Marota, têm como princípio "a variação em base única na cadeia nucleotidica de DNA". Segundo a pesquisadora, o desenvolvimento de metodologias para genotipar milhares de SNPs, em um único ensaiou, ampliou o espaço para  os estudos em várias áreas. Ela lembra que chips de genotipagem já foram produzidos para humanos, bovinos, ovinos equinos, suínos e caninos.
Rústicos,  os caprinos Marota são nativos do Nordeste brasileiro. Eles são descendentes dos caprinos introduzidos no País pelos portugueses, quando por aqui aportaram. Resistente às altas temperaturas, o caprino Marota se adapta bem às adversidades do semiárido nordestino. Se alimenta de forrageiras com baixo potencial nutritivo e é resistente também a doenças e a verminoses. Existem também exemplares da raça nos estados da Paraíba, Ceará e Pernambuco.
Fernando Sinimbu (654 MTb/PI)
Embrapa Meio-Norte

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