terça-feira, 14 de novembro de 2017

“Ação climática para Fome Zero”
Ação da ASA é uma das experiências apresentadas na COP 23 como alternativa para o combate à pobreza e mudanças no clima


As tecnologias sociais têm contribuído para que milhares de famílais do Semiárido tenham vida digna. 
Enfrentar os processos de mudanças climáticas e garantir que as populações mais vulneráveis do campo e da cidade sejam lembradas é o desafio posto na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP 23). O Evento acontece desde o último dia 06 e segue até o dia 17 de novembro na cidade de Bonn na Alemanha. Segundo documento de chamamento para a Conferência, a preocupação de aumentar o número de miseráveis é salutar: “com a adoção da Agenda de 2030 em Desenvolvimento Sustentável, os países renovaram seu compromisso de combater a fome, a desnutrição e a pobreza, e ‘não deixar ninguém para trás’. No entanto, é precisamente na situação de crises que enfrentamos o maior risco de deixar os pobres e marginalizados”.
Neste sentido, a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) foi convidada a apresentar a experiência com a mobilização social e construção de tecnologias de convivência, que vem sendo desenvolvida há 18 anos na região semiárida brasileira e já contribuiu com a melhoria de vida de mais de um milhão de famílias camponesas. A ação da ASA será apresentada na tarde desta terça-feira, 14, pela Coordenadora Executiva da Articulação pelo estado de Minas Gerais, Valquíria Lima, no painel “Ação climática para fome zero” preparado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). A mesa redonda “abordando as mudanças climáticas para um mundo livre de fome, desnutrição e Pobreza” trará a reflexão sobre “as ameaças que as mudanças climáticas representam para alcançar a segurança alimentar e a nutrição, com base em iniciativas relacionadas ao clima voltadas para populações vulneráveis”. ​
“Participar da COP23, neste momento, é de suma importância para a ASA porque será uma grande oportunidade de falar sobre o nosso trabalho no campo da Convivência com o Semiárido e como essa ação que a gente vem desenvolvendo, ao longo desses anos, tem sido uma grande ação de prevenção dos impactos das mudanças climáticas. Este é também um momento de anunciar as nossas ações positivas, mas também de denunciar o desmonte das politicas públicas e do ataque aos direitos sociais no Brasil. O convite enviado pela FAO demonstra o quanto tem sido importante toda essa ação que a gente tem feito”, destaca Valquíria Lima.
A Conferência das Nações Unidas sobre o Clima reúne pessoas de todo o mundo que buscam uma resposta ao desafio de implementar o objetivo do Acordo de Paris, que é limitar o aquecimento global a um máximo de 2 graus Celsius. No evento serão debatidas ações em diversas áreas como financiamento, transparência, adaptação, redução de emissões de gases, capacitação e tecnologia. O intuito é fazer progressos em todas essas áreas para que os direcionamentos apontados no evento possam ser completadas até a COP24, que será realizada na Polônia, no próximo ano.
A apresentação incidirá sobre a forma como os processos inovadores permitiram o acesso à água, segurança alimentar e nutrição melhorada e agricultura produtiva inclusiva em regiões semiáridas para mais de um milhão de famílias pobres que vivem no nordeste do Brasil e sofrem com os problemas causados por secas.
“Este ano a ASA conseguiu estar em espaços internacionais importantes e ganhou um prêmio internacional que valoriza toda a nossa ação no campo da convivência com o Semiárido, ao mesmo tempo em que nós estamos lutando pra que as politicas públicas de convivência com o Semiárido não deixem de existir. É muito desafiador pra gente essa nossa participação de anunciar o que é positivo e denunciar todo o desmonte das politicas públicas no Brasil, principalmente no campo da convivência com o Semiárido. É um desfio representar uma rede tão rica e diversa como é a Articulação Semiárido. A gente vem de vários momentos fortes que aconteceram, Encontro das Mulheres do Semiárido; Encontro de Comunicação. Isso tudo alimenta a nossa resistência, a nossa força de continuar lutando pelos direitos e pelas politicas de convivência com o Semiárido!”, afirma Valquíria rememorando o reconhecimento e premiação da ação da ASA pela ONU, em setembro deste ano, em Ordos na China.

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