Incra realiza auditoria em certificações de imóveis rurais de todo o Brasil
Comitê Nacional de Certificação é composto por servidores do Incra de vários locais do país
O Incra está realizando auditoria nos
processos de certificações do georreferenciamento de imóveis rurais de
todo o Brasil, com objetivo de monitorar, controlar e assegurar que
sejam verdadeiras as informações prestadas pelos cerca de 10 mil
profissionais credenciados, junto à autarquia, para executar tais
trabalhos. Um relatório com detalhamento da auditoria deve ser divulgado
até o fim de 2016.
Considerando a complexidade do
trabalho – já que há no Brasil um total de 5,7 milhões de imóveis
rurais, sendo que aproximadamente 4,8 milhões destes são propriedades
particulares -, e o mercado de compra e venda de terras é constante, com
desmembramentos e remembramentos de áreas no país, o Incra criou o
Comitê Nacional de Certificação e Credenciamento (CNC), enquanto que nas
suas 30 superintendências também foram formados Comitês Regionais de
Certificação (CRC). A auditoria realizada pelos referidos comitês, faz
parte das ações da Diretoria de Ordenamento da Estrutura Fundiária do
Instituto, por meio da sua Coordenação Geral de Cartografia.
O trabalho dos comitês, na auditoria,
consiste em verificar por meios eletrônicos e físicos eventuais
inconsistências de dados inseridos pelos técnicos contratados por
proprietários rurais no Sistema de Gestão Fundiária (Sigef) - criado
pelo Incra para automatizar a certificação de imóveis rurais.
Normalmente o processo para obter a
certificação eletrônica de georreferenciamento de imóvel rural inicia
com o técnico contratado por proprietário da terra indo a campo realizar
a coleta de dados georreferenciados da área (conforme a Norma Técnica
para Georreferenciamentos de Imóveis Rurais – NTGIR e seus manuais); em
seguida essas informações são inseridas pelo técnico no Sigef (com uso
de um certificado digital); na sequência, o sistema faz eletronicamente
análise das informações com destaque para a não sobreposição de áreas de
outros imóveis, sendo emitido no mesmo instante o documento de
certificação – caso não haja nenhuma inconsistência. Se houver
sobreposição de áreas com imóveis públicos não certificados o técnico
pode abrir pedido de requerimento de análise, sendo enviada
eletronicamente a solicitação para Incra, Fundação Nacional do Índio
(Funai) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio).
Na primeira fase da auditoria, que
deve ser concluída até o fim de 2016, a meta é auditar cerca de 27
milhões de hectares – abarcando aproximadamente 880 imóveis rurais, de
Norte a Sul do país. A auditoria do Incra busca verificar certificações
feitas por profissionais contratados pelos proprietários rurais, como
forma de identificar possíveis equívocos repetidos por tais técnicos e
instrui-los na adequação dos procedimentos corretos. No caso de
inconsistências, os profissionais têm 30 dias para apresentar
documentação comprobatória do que foi declarado no Sigef na ocasião da
certificação. Se a inconsistência permanecer no sistema uma equipe de
profissionais do Incra vai a campo fazer vistoria no imóvel. Caso seja
confirmada a irregularidade, o CRC cancela o certificado daquela área e
informa ao proprietário e ao cartório de registro de imóveis.
Evolução tecnológica
Antes deste processo de automação de
certificação de georreferenciamento, o técnico contratado, após ir a
campo colher dados do imóvel rural, abria processo físico na
superintendência regional do Incra onde a área estava localizada, com a
seguinte documentação: requerimento para certificação de imóvel rural;
Anotação de Responsabilidade Técnica (ART); cópia de matrícula do imóvel
emitida por cartório; declaração de respeito de limites; memorial
descritivo; mapa detalhado do perímetro/limites da área; tabela de
cálculo da área, azimute e coordenadas; planilha de dados
cartográficos.
Este processo de análise física dos
pedidos de certificação era lento, gerando atrasos de vários meses para
liberação do documento ou negativa.
Desde 23 de novembro de 2013, quando
entrou em funcionamento o Sigef, a automatização do procedimento de
certificação do georreferenciamento de imóveis rurais deu agilidade ao processo e eliminou entraves.
O Sigef trouxe ainda ao processo de certificação transparência,
segurança e integração de dados fundiários de outros órgãos - a exemplo
da FUNAI, ICMBio e sobretudo, Cartório de Registro de Imóveis.
Prêmio e-Gov
A importância do trabalho realizado
pelo Sigef o levou a vencer o Prêmio e-Gov 2014, que é uma iniciativa da
Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Tecnologia da
Informação e Comunicação (ABEP) e do Ministério do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão.
O e-Gov tem como objetivo reconhecer e
incentivar o desenvolvimento de projetos e soluções de governo
eletrônico na administração pública e divulgar ações que, com o uso da
tecnologia da informação, visem a modernizar a gestão pública em
benefício da população.
Legislação
A Lei 10.267,
de 2001, atribuiu ao Incra a responsabilidade pela certificação de
georreferenciamento de imóveis rurais, a partir de parâmetros
apresentados pelo Decreto 4.449/2012.
Essa mesma lei criou o Cadastro
Nacional de Imóveis Rurais (CNIR), que tem base comum de informações,
gerenciada conjuntamente pelo Incra e pela Secretaria da Receita
Federal, produzida e compartilhada pelas diversas instituições públicas
federais e estaduais produtoras e usuárias de informações sobre o meio
rural brasileiro.
Assessoria de Comunicação Social do Incra
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