quinta-feira, 22 de setembro de 2016

As cinco maiores árvores brasileiras

O Brasil é um dos países que tem a flora mais rica do planeta pelos diferentes tipos de clima, relevo e solos



ipe-amarelo (Foto: Wikimedia Commons)
De acordo com o Instituto Brasileiro de Florestas, o país tem cerca de 56 mil espécies de plantas e estimativas indicam que existam atualmente no país 5 a 10 espécies de gimnospermas (aquelas que vivem preferencialmente em ambientes de clima frio ou temperado e, nesse grupo, estão os pinheiros, araucárias, sequoias e ciprestes), 55 mil a 60 mil espécies de angiospermas (palmeiras, ipês, jacarandás), 3 mil briófitas (musgos) e 1,3 mil espécies de pteridófitos, representada pelas samambaias, xaxins e seus parentes.

Em maio deste ano, um engenheiro florestal brasileiro, pesquisando árvores na Malásia, encontrou os maiores exemplares já catalogados no mundo: elas são duas Shorea (angiosperma), com 90,6 metros e 89,5 metros de altura. Antes disso, a árvore mais alta do mundo havia sido localizada, também na Malásia, com 80 metros.

E por falar em altura, conheça as cinco maiores árvores brasileiras já registradas:

Sumaúma (Ceiba pentadra): em algumas regiões, ela é chamada de Telefone de Índio. Essa árvore é típica das matas da Amazônia e alcança proporções colossais, chegando a 50 metros de altura e 3 metros de diâmetro. Suas raízes em forma de tábuas são chamadas de sapopembas e no passado, serviam como meio de comunicação entre índios, que batucavam nas raízes. O som percorria distâncias.

jequitiba_rosa (Foto: Divulgação/Parque Est Vassununga)
Jequitibá-rosa (Cariniana legalis): é a árvore símbolo dos estados de São Paulo e Espírito Santo. O jequitibá-rosa é chamado de Rei da Mata Atlântica e também pode atingir 50 metros e 500 anos de idade (ou muito mais). Alguns exemplares ficaram famosos, como o Seu Rosa, em Campinas (livro Sr. Jequitiba, o dia em que o Seu Rosa falou, de José Hamilton Ribeiro), o Jequitiba de Vassununga, em Santa Rita do Passa Quatro (SP) e o Jequitibá de Carangola (MG).

No interior de São Paulo, há um parque, o Vassununga, que preserva muitos exemplares dessa árvore e a mais antiga tem 40 metros, 600 anos e é tão grossa que é preciso que 11 homens a abracem. Em Minas, o Jequitibá Carangola tinha 30 metros e 1500 anos de idade (até 2008 era considerada a árvore mais velha do país). Mas um incêndio criminoso atingiu a árvore, que ficou pegando fogo por 11 dias, segundo a prefeitura. Ocorreu uma mobilização popular para tentar salvar a árvore, mas ela acabou morrendo.

receitas_castanha_para_brasil (Foto: Thinkstock)
Castanheira (Bertholletia excelsa): nativa da região amazônica, são árvores de tronco reto e de copa alta, que se destacam na floresta. Sua altura varia ente 30 metros e 50 metros. O fruto da castanha leva mais de um ano para amadurecer, é mais ou menos do tamanho de um coco e pode pesar 2 quilos. A casca é muito dura e abriga entre 8 e 24 sementes, que são as apreciadas castanhas.

Peroba-rosa (Aspidosperma polyneuron): essa árvore é quase uma lenda nas matas do interior de São Paulo e do Paraná e já foi tão importante economicamente que por volta dos anos 1930 e 1950, havia no Brasil o “Ciclo da Peroba”. Chega facilmente aos 40 metros de altura, mas há poucos exemplares dessa árvore no país. No Parque Estadual de Porto Ferreira, interior de São Paulo, ainda há uma espécie desta árvore.
Dizem que, na região norte do Paraná, uma grande peroba-rosa, solitária, dividia duas grandes fazendas de café. Os dois fazendeiros passaram a vida disputando a propriedade da árvore, que apesar do fogo e das machadadas que já levou, nunca sucumbia. Os dois homens, diz a lenda, morreram brigando pela árvore e ela teria continuado no local.

Gameleira (Ficus organesis): em muitas regiões, é a figueira, e das árvores gigantes brasileiras, ela é a mais baixinha, mas chega fácil aos 20 metros de altura. Dona de raízes e copas gigantescas, essa árvore típica da Mata Atlântica foi usada, por muitos anos, como pontos de referência nas paisagens do interior.
Na antiga cidade de São Paulo, existiu uma “Figueira do Ferrão”, tão famosa que entrou para o mapa oficial da cidade, feito no ano de 1877, e a “Figueira das lágrimas”, árvore que testemunhou D.Pedro I, D.Pedro II e muitos viajantes se despedirem quando viajavam rumo ao Porto de Santos. Hoje, essa árvore está localizada na região do Sacomã, na altura do número 515 da Estrada das Lágrimas.
Esta árvore, considerada a mais antiga de São Paulo, apesar de ter no seu entorno um gradil, passou anos abandonada pelas autoridades locais. No ano passado, empresários decidiram realizar um leilão para arrecadar dinheiro e reformar o gradil, clonar mudas desta árvore para reproduzi-la.

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