VINHOS E CACHAÇAS – Para tomar vinho de um modo fácil
Por Fernando Tony
Olá, queridos enófilos!Vamos facilitar ainda mais o universo do vinho utilizando as uvas mais conhecidas e mais consumidas, seguindo as regras básicas do nosso querido nobre fermentado.
Regra 1: do mais jovem para o mais maduro
Regra 2: do mais leve para o mais encorpado
A idade do vinho identifica-se facilmente no rotulo do vinho, o no máximo em seu contrarrótulo, mas quanto ao corpo, ou peso, do vinho só se pode perceber através das características de suas uvas, principalmente se o vinho for elaborado de forma monocasta (produzido com um único tipo de uva) ou degustando e eu particularmente não só prefiro a segunda opção como recomendo, então vamos conhecer as características de algumas uvas ícones do mundo do vinho começando pelas brancas e sempre da mais leve para a mais pesadas.
A Sauvignom Blanc é uma uva branca que se apresenta entre as mais leves de todas as brancas. Leve, cítrica e refrescante é altamente recomendada a ser consumida em dias de calor, a beira da praia ou da piscina e na companhia de saladas e frutos do mar “in natura”.
A Chardonnay é considerada a rainha das uvas brancas porque ela é bem difundida em varias partes do mundo, com alguma variação de sabor, mas sempre mantendo sua essência. Ela também é uma uva branca porem bem diferente da que citamos anteriormente. A rainha das uvas brancas já tem mais corpo ou mais peso, como queiram, entretanto é mais leve que a mais leve das tintas. A Chardonnay também acompanha frutos do mar só que com molhos, cozidos, do tipo cozinhados em leite de coco, azeite de dendê, creme de leite ou coisas do tipo.
Mudando da água para o vinho, ou melhor, das brancas para as tintas vamos falar da uva mais elegante do mundo do vinho: a Pinot Noir é uma uva tinta leve porem de tamanha elegância que é capaz de marcar não só uma noite mas varias noite de nossas vidas. Costumo dizer que é a uva da lua cheia, dos casais apaixonados. A mais elegante das uvas tintas harmoniza muito bem com um crustáceo que pode muito bem ser chamada de rainha dos mares, a lagosta. Todavia, com um salmão e com atum um vinho elaborado com a uva pinot noir também é muito bem vindo.
Entrando no universo dos vinhos de corpo médio, gostaria de me a ter a uva que tem maior notoriedade no mundo que é a Merlot, embora eu considere a Malbec também uma uva de corpo médio, muitos não acham, mas como eu não sou de dar ouvidos a unanimidades, prefiro manter minhas convicções, embora a Malbec seja bastante útil para acompanhar comidas com molhos agridoces já que tem sabor “ageléiado”, ou seja, sempre com aroma e sabor de compota. Voltando a Merlot, está uva de sabor aveludado é bastante injustiçada mundo a fora. Na França ela tem seu valor e ainda é utilizada para amaciar vinhos duros através de assemblagens (cortes de uvas) utilizadas para arredondar os sabores de alguns vinhos pelo mundo a fora e como não estamos na Itália eu recomendo sempre esta uva para acompanhar massas e risotos e assim proporcionar mais prazer a colônia italiana aqui no Brasil.
E eis que surge a Carmenere, uma uva que quando não vai no carvalho mantem seu corpo médio, porém quando mergulha em barricas ganha peso em sua estrutura tornando-se assim uma coringa na mesa, tentem experimentar ela com um bom galeto assado (carne branca e defumada) e depois me digam.
Junto a ela está a rainha das uvas tintas, a Cabernet Sauvignon, não por seu sabor, mas por sua resistência e poder de adaptação ao solo. É claro que ela tem seu valor por isso e merece seu reconhecimento, porem acho que ela é a melhor companhia para carnes nobres assadas, um bom churrasco, mas não para acompanhar um jantar a dois, devido a seu peso, adstringência e tanicidade (excesso de tanino). São poucas as mulheres que irão se agradar do primeiro gole do vinho feito com essa uva.
Já a Syrah, uma uva negra e encantadora, faz o que a uva anterior deveria fazer por ter o titulo de rainha, a Syrah simplesmente encanta a gregos e troianos e por isto eu me atrevo a parafrasear um medico amigo meu afirmando que esta é a uva do futuro. A syrah saiu do Cote du Rhone, na França, e vem ganhando território ao longo de sua trajetória, chegando até o nosso sertão pernambucano e sendo a estrela da região. Sugiro uma boa garrafa de um vinho feito com a uva Syrah (Shyraz) com um belo filet ao molho madeira ou comidas regionais com molhos escuros e apimentados.
Chegamos então a uva de maior potencia, já que a Tannat é rica em taninos e por isto é tida como uma das uvas com mais peso entre as tintas. Esta uva típica do Uruguai é uma das poucas uvas que encaram um belo prato de feijoada pela frente, pois ela consegue neutralizar a força da gordura imposta por este prato tradicional da nossa gastronomia. Os taninos dos vinhos a base da tannat se sobrepõe a robustez da feijoada e torna-se assim uma boa opção para quem quer proteger o coração e não pode beber outra coisa se não vinho.
Alguém pode perguntar ao ler este texto por que eu não citei o coringa espumante, porque por ser coringa já vai bem do começo ao fim, independente de peso ou de idade e isto é assunto para o nosso próximo encontro, pois vamos falar da sua importância neste verão e dos vinhos tranquilos nas quatros estações do ano. Tim Tim e sigam-me!
Resumo da opera!
UVAS | PESO | ESTAÇÃO | HARMONIZAÇÃO |
Sauvignon Blanc | Leve | Verão | Frutos do mar |
Chardonnay | Medio/peso | Verão | Crustáceos |
Pinot Noir | Leve | Verão/Outono | Peixes |
Merlot | Médio | Outono | Ave |
Malbec | Médio | Outono/inverno | Leitão |
Syrah | Medio/peso | Inverno | Filé |
Tannat | Pesada | Inverno/primavera | Cordeiro |
Cabernet Sauvugnon | Pesada | Pimavera | Picanha |
Carmenere | Peso/medio | Primavera/ver/ao | Maminha |
OBS: Pode se ter ainda mais leveza ou mais peso nas uvas dependendo da categoria da elaboração do vinho, pois o mesmo vinho pode ser; clássico, Premium, reserva ou Grand reserva, onde se torna ainda mais complexo.
Fernando Antonio de Queiroz Fonseca Jr.
TONY
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