Produção de sorgo é alternativa viável no período de poucas chuvas
Escolha da cultivar correta e técnicas de manejo impulsionaram a produtividade do sorgo em mais de 70% desde 2001
O sorgo é recomendado como alternativa para regiões ou períodos de cultivo com baixo índice de chuvas,
que inviabilizam outras culturas. A escolha da cultivar correta,
adubação, controle de pragas e doenças, dentre outras técnicas de
manejo, impulsionaram a produtividade do sorgo em mais de 70% desde 2001.
Em Minas Gerais, a produção vem atingindo 3.007 quilos por hectare, garantindo aos produtores mineiros maiores retornos da cultura.A produção estimada para a safra 2014/2015 é de 506,3 mil toneladas e contribui em 25% do total produzido no Brasil. O Valor Bruto da Produção (VBP) do sorgo atingiu R$ 125,16 milhões, em 2013, ocupando a 17º posição ranking dos produtos avaliados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
– O sorgo é cultivado em duas safras, sendo que a segunda safra mineira é a mais expressiva, representando mais de 96% do total da produção da cultura em Minas Gerais. A recorrente falta de chuvas impulsionou o cultivo de sorgo para amenizar os riscos com a seca e as altas temperaturas. O que garante maior estabilidade na produção – explica o assessor técnico da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), Francisco Augusto Lara.
Estudos da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) têm atestado o potencial do sorgo também como matéria-prima para o setor sucroenergético para produção de biocombustíveis. Além disso, existem várias técnicas de manejo, como o sistema de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta, controle de pragas e doenças que garantem bons resultados.
De acordo com o pesquisador da Epamig, Carlos Juliano Brant Albuquerque, o uso na alimentação humana também vem atraindo pessoas que evitam alimentos com glúten.
– Além do uso na forma de silagem, pastagem e na forma de ração, o sorgo pode ser utilizado na alimentação humana. Isso é comum em países africanos, onde o milho não é produzido devido aos problemas com escassez de chuva – explica.
O amido do sorgo é utilizado na produção de massas para biscoitos, pães, entre outros pratos, com a vantagem de não possuir glúten ao contrário de outros cereais como trigo e milho, por exemplo. Recentemente, pesquisas têm demonstrado também o potencial do sorgo para produção de etanol de primeira geração e segunda geração (sorgo sacarino), além da cogeração (sorgo biomassa). “Acredito que a continuidade de pesquisas envolvendo esses grupos de sorgo é fundamental para que possamos obter mais uma alternativa de energia renovável para o Brasil”, avalia o pesquisador.
Segundo o coordenador de culturas da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), em Montes Claros, Reinaldo Nunes de Oliveira, a empresa vem ao longo dos últimos anos incentivando o cultivo de sorgo no semiárido mineiro. Apesar dos baixos índices pluviométricos dos últimos meses, com as chuvas que atingiram o Estado na última semana, foram observadas melhorias nas lavouras.
– Com as chuvas dos últimos dias pode-se constatar que a cultura do sorgo apresentou uma recuperação satisfatória, situação que não ocorreu com o milho – explica o coordenador.
Tipos de sorgo
De acordo com o pesquisador da Epamig, Carlos Juliano, o que diferencia os tipos de sorgo é a forma no qual se destina o uso. As características morfológicas como tamanho da planta, produtividade de grãos, tamanho dos internódios, tipo de panícula, teores de açucares no colmo direcionam maior aptidão das cultivares.
– Para uso como sorgo granífero, sorgo silageiro, sorgo corte pastejo, pastejo, sorgo vassoura, sorgo sacarino e sorgo biomassa, os dois primeiros mais comuns e com sistema de produção bem definidos e ajustados para várias regiões do Estado
Nenhum comentário:
Postar um comentário