Leite
Ministro da Agricultura anuncia suspensão de importação de leite do Uruguai
Decisão ocorreu após encontro de Blairo Maggi com Frente Parlamentar do Agronegócio nesta terça
Embrapa Gado de Leite
O ministro da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, anunciou que vai
suspender a licença de importação de leite do Uruguai. A decisão ocorreu
nesta terça-feira após o ministro se reunir na Câmara dos Deputados com
integrantes da Frente Parlamentar do Agronegócio.
Segundo ele, a suspensão vale até que seja
concluída a rastreabilidade do produto e comprovem que 100% do volume
exportado ao Brasil é produzido no país. “Setores organizados,
produtores, sindicatos, associações, federações, todos reclamam muito da
quantidade de leite importado do país e alegam que a produção deles
seria insuficiente para exportar a quantidade que tem chegado ao
Brasil”, afirmou.
De acordo com Maggi, haverá um comunicado
oficial sobre suspensão de guias de importação. “É a primeira medida
prática que estamos tomando. Já havia defendido publicamente que devemos
negociar com o Uruguai cotas a exemplo do que há com a Argentina. O
Uruguai não se sente confortável para fazer isso, mas é uma necessidade
do mercado brasileiro”, declarou.
O ministro
também anunciou uma segunda medida que envolve o Itamaraty e outras
instituições e países que prevê a retirada do leite do Mercosul.
“Trabalhamos nessa direção, já que a situação está se transformando em
quase insuportável para o produtor brasileiro, em função dos custos
locais que inviabilizam competir com eles", disse.
De acordo com o Maggi, as medidas
administrativas legais com esse objetivo estão sendo adotadas
imediatamente. Ele adiantou que será enviada uma missão técnica ao país
vizinho e lembrou já havia conversado sobre o assunto com o ministro
uruguaio da Agricultura, Tabaré Aguerre.
Maggi demonstrou preocupação com a crise
vivida por agropecuaristas do setor leiteiro, que disse empregarem mais
de um milhão de pessoas, e admitiu como mais uma opção a aquisição de
leite destinado a programas sociais e recursos para que a Conab compre
leite em pó para estocar e vender no futuro, quando os preços estiverem
melhores. Mas isso, explicou, está ainda em discussão na Casa Civil e no
Ministério do Desenvolvimento Agrário.
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