Algodão
Algodão em pluma com boa liquidez
As exportações se enfraqueceram em setembro
Em setembro, o
mercado de algodão em pluma apresentou boa liquidez, devido à posição
mais flexível por parte dos vendedores, especialmente tradings. Mesmo
assim, a “queda de braço” entre vendedores e compradores foi acirrada,
com pressão de indústrias por preços menores. Entre 31 de agosto e 29 de
setembro, o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, recuou
1,84%. A média de setembro, de R$ 2,4404/lp, é 0,28% maior que à de
agosto/17, mas 0,65% abaixo da de setembro/16 (valores atualizados pelo
IGP-DI de agosto/17). Ao longo do mês, algumas indústrias brasileiras
compraram pequenos volumes de pluma no mercado spot para repor estoque,
outras, por outro lado, se limitaram aos contratos já firmados
anteriormente. Comerciantes, por sua vez, seguiram bastante ativos para
novas aquisições em setembro. Com dificuldade de encontrar caminhões,
agentes estiveram atentos ao cumprimento dos contratos realizados
anteriormente, destinados aos mercados interno externo, segundo
colaboradores do Cepea.
Com o Indicador CEPEA/ESALQ, em média,
12,9% superior à paridade de exportação em setembro, e com as oscilações
nos valores externos (taxa de câmbio e ICE Futures), tradings estiveram
voltadas às negociações no mercado doméstico.
Nesse cenário, as exportações se
enfraqueceram em setembro. Segundo cálculos do Cepea, a média de
setembro/17 para os contratos de exportação referente à safra 2017/18
foi de US$ 0,7466/lp, 3,36% superior à média de agosto/17 (US$
0,7223/lp), para embarques programados para o segundo semestre de 2018.
Para saídas entre agosto e dezembro de 2019 (referente à safra 2018/19),
a média está em US$ 0,7455/lp, alta de 3,46% frente à do mês anterior.
Além das negociações a preços fixos, outras foram baseadas nos contratos
da Bolsa de Nova York (ICE Futures).
De 31 de agosto a 29 de setembro, conforme
cálculos do Cepea, a paridade de exportação na condição FAS (Free
Alongside Ship), porto de Paranaguá (PR), caiu 1,39%, enquanto a média
de setembro foi de R$ 2,1621/lp, 0,79% acima da de agosto/17 (R$
2,1451/lp). No acumulado do mês, o Índice Cotlook A (referente à pluma
posta no Extremo Oriente) baixou 1,87%, com média de US$ 0,8049/lp. Já o
dólar se valorizou 0,54% frente ao Real em setembro. A média mensal do
dólar, por sua vez, esteve 0,46% inferior à de agosto.
Dados da BBM (Bolsa Brasileira de
Mercadorias) tabulados pelo Cepea apontam que 55,5% da safra 2016/17,
estimada em 1,529 milhão de toneladas, teria sido comercializada até 2
de outubro. Desse total, 54,5% foram direcionados ao mercado interno e
45,5%, ao externo.
Os contratos na Bolsa de Nova York caíram,
em setembro, devido à expectativa de boa safra e ao avanço da colheita
nas lavouras norte-americanas, além do fortalecimento do dólar no
mercado internacional. Entre 31 de agosto e 29 de setembro, o contrato
Out/17 registrou baixa de 1,44%, fechando a US$ 0,6908/lp no dia 29; o
contrato Dez/17 recuou 1,45% (US$ 0,6845/lp). No mesmo período, o
vencimento Mar/18 apresentou queda de 1,11% (US$ 0,6778/lp) e Mai/18, de
1,03% (US$ 0,6835/lp).
Em relação
às lavouras da safra 2017/18 norte-americana, 67% da área semeada já tem
abertura de maçãs, 3 pontos percentuais abaixo do mesmo período de
2016, segundo a Secex. Quanto à colheita, estima-se que tenha avançado
em 17% da área dos Estados Unidos em setembro, apenas 2 p.p. superior ao
ano anterior. Em relação à qualidade das lavouras, 57% estão em boas e
ótimas condições, acima dos 29% do ano anterior; 27% estão em condições
medianas, contra 26% do mesmo período de 2016, e 16%, em ruins e
péssimas condições, apenas 1 ponto percentual do registrado há um ano.
MERCADO EXTERNO – De
ago/17 a set/17, a exportação brasileira registrou 132,7 mil toneladas,
alta de 95,2%, segundo dados da Secex. Já na parcial de 2017 (jan-set),
as vendas totalizam 371 mil t, queda de 30% frente ao mesmo período de
2016. Em set/17, o faturamento foi de US$ 212,7 milhões de t, 94%
superior ao de ago/17, com valor médio de US$ 0,7269/lp, leve recuo de
0,8% no período. Em moeda nacional, o preço foi de R$ 2.2794,67/lp, 1,2%
inferior ao de agosto/17.
A importação brasileira, por sua vez, teve
volume seis vezes maior que em agosto/17, totalizando 406,6 mil t. De
jan-set/17, as compras registraram aumento de 50,4% frente a 2016
(jan-set), indo para 33,4 mil t. Em set/17, o preço médio de importação
foi de US$ 1.322,70, queda de 18% comparado a agosto/17, mas 66%
superior ao de set/16.
O Icac (Comitê Internacional do Algodão),
revisou positivamente os dados da safra 2017/18. Com expansão de 3% na
área semeada, a produção mundial pode atingir os 25,4 milhões de t, 10%
maior que o colhido na temporada 2016/17, impulsionado pelo crescimento
nos principais produtores, como Estados Unidos, Índia, China, Paquistão e
Brasil. Preços competitivos para o algodão frente a outras culturas no
período de semeio (com a média do Cotlook A em US$ 0,83/lp, alta de
18,6% comparado à safra anterior) foram os fatores de elevação. Para o
consumo 2017/18, é esperado aumento de 2,7%, indo para 25,2 milhões de
t. O maior crescimento deve ser registrado na China e, de forma mais
moderada, na Índia, Turquia, Bangladesh, Vietnã e Brasil. O estoque
mundial está estimado em 18,7 milhões de t, apenas 0,8% maior que o da
safra 2016/17. Quanto à comercialização global 2017/18, se espera volume
de 7,9 milhões de t, 2% menor no mesmo comparativo.
CAROÇO – Em setembro, o
ritmo de negócios esteve lento, sendo que a maioria dos lotes negociados
envolveu pequenos volumes. Cautelosos para novos fechamentos,
compradores se queixaram quanto às vendas e ao repasse dos preços do
caroço para os derivados (como torta, farelo e óleo). Assim, indústrias
trabalham com o caroço contratado e/ou com produto já em estoque.
Segundo dados captados pelo Cepea, em
setembro/17, o preço médio do caroço no mercado spot em Primavera do
Leste (MT), recuou 1,4% frente ao mês anterior, com média de R$
435,63/t; em Campo Novo do Parecis (MT), a média foi de R$ 404,42/t,
aumento de apenas 0,3%, e em Lucas do Rio Verde (MT), de R$ 372,65/t
(-6,3%). Já em Barreiras (BA), com menor disponibilidade no spot, subiu
10,7% em setembro, com média de R$ 681,25/t.
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