Além
de um catavento do tipo convencional instalado sobre um poço com
profundidade de 17m, o sistema inclui uma bomba de pistão
aspiro-premente para elevar a água e uma caixa d’água - que deve estar
instalada a uma altura de cerca de seis metros. De acordo com o
pesquisador, é necessário que exista uma fonte de água, “que pode ser um
poço, uma cacimba, um riacho ou um açude”. Outra premissa básica é a
existência de ventos acima de 2m/s como, por exemplo, os ventos que
ocorrem na faixa litorânea do Nordeste, velocidade mínima necessária
para colocar o catavento em funcionamento.
A
Embrapa Agroindústria Tropical estuda a viabilidade de sistemas
alternativos de irrigação, como o “bubbler” e o de microaspersão,
acionados por catavento. O sistema de microaspersão acionado por
cataventos permite uma aplicação freqüente de pequenas quantidades de
água, que se ajusta à taxa de absorção de água pelas plantas cultivadas.
De acordo com o pesquisador Lindbergue Araújo Crisóstomo, a eficiência
de aproveitamento de água ocorre em função de sua melhor condução e
distribuição no sistema radicular.
Na
comparação com o sistema de bombeamento elétrico, a utilização do
catavento apresenta um custo inicial maior. Mas, segundo Lindbergue, “a
médio e longo prazos, o sistema apresenta vantagens, uma vez que não é
preciso pagar pela fonte de energia, no caso do vento; a manutenção dos
equipamentos também tem um custo menor, além de ser um sistema não
poluidor do meio ambiente”. O pesquisador acrescenta que o sistema pode
ser a solução para viabilizar o cultivo irrigado em regiões aonde não
exista energia elétrica instalada.
Outra
opção de irrigação voltada para a agricultura familiar é o sistema
“bubbler”, desenvolvido na Universidade do Arizona (EUA). Indicado para
áreas de, no máximo, quatro hectares, o bubbler é de fácil instalação e
manejo e apresenta baixo custo, além de utilizar práticas de produção
mais limpas, já que dispensa o uso de energia elétrica ou
fóssil. Segundo o pesquisador Afrânio Arley Teles Montenegro, esse
sistema utiliza energia gravitacional, proveniente de uma fonte que deve
estar elevada a uma altura mínima de um metro, o que dispensa o
bombeamento. A água é distribuída individualmente, por meio de
mangueiras emissoras. Como não utiliza gotejadores ou microaspersores, o
bubbler não necessita de filtragem, o que reduz ainda mais o seu custo
de instalação.
Conforme
explica Afrânio Arley, o nome “bubbler” tem origem no borbulhamento da
água, provocado pela liberação do ar na tubulação. “O sistema consiste
em uma linha principal conectada a uma fonte de água, que pode ser uma
caixa d’água ou barragem, uma coluna de tubo PVC com registro para
controle da carga hidráulica, uma linha de derivação, linhas laterais e
mangueiras emissoras”, explica.
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