A seca e a esperança dos sertanejos nas trovoadas de outubro
As fotos
Nestas fotografias podemos
observar alguns animais mortos por falta de alimentos, agricultores
cortando e queimando mandacaru para alimentação de seus animais, um
barreiro sendo construído e outro com um pouco de água, poças de água de
chuva em uma estrada do Sertão e animais bebendo a última água de um
barreiro e um agricultor coletando água em um pequeno açude. As
fotografias foram obtidas no município de Petrolina, PE.
Animais que morreram de fome
Corte do mandacaru para os animais
Queima dos espinhos do mandacaru
O resto de água do barreiro
A busca desesperada por água no Sertão
A construção de um barreiro
O milagre da chuva no Sertão
Os fatos
Neste final de
inverno e início de primavera a seca aumenta de intensidade na região semiárida
do Nordeste. No Estado de Pernambuco, segundo dados da APAC (Agência
Pernambucana de Água e Clima) as chuvas ocorridas até o final de agosto foram
significativas para toda Zona da Mata e Agreste. Nestas regiões, principalmente
no Agreste a formação de pastagens para os animais pode transformar o cenário
de desolação provocado pela seca de 2012. Há muito pasto e os animais estão
recuperando parte do peso perdido. Todavia, há pouca água armazenada. Isto
ainda é motivo de preocupação para muitos criadores da região. Por outro lado,
no Sertão a seca aumenta de intensidade com a elevação das temperaturas no
início de setembro. Em termos de precipitação de janeiro a agosto de 2013 em Pernambuco, embora tivemos regiões que
praticamente não choveu, há registro significativos em muitas localidades do
Sertão, Agreste e Mata. No Sertão, o acumulado médio do ano foi de 283,9 mm. Os
maiores volumes acumulados foram em: Araripina (730,6 mm), Triunfo (643,5 mm),
Quixaba (563,5 mm), e Exu (492,2 mm). Já
os menores registros ocorreram em: Petrolina (89 mm), Belém de São Francisco (102 mm) e Floresta (102,8 mm). No
Agreste, a pluviometria média acumulada até 30 de agosto foi de 480,4 mm. Nesta
região, os maiores acumulados de chuva foram em São Vicente Férrer (1.224,3
mm), Bom Jardim (787 mm), João Alfredo (747,6 mm) e Brejão (726,3 mm). Na
Região Metropolitana do Recife e Zona da Mata, o acumulado médio destas regiões foi 1.580 mm e 1.174,7 mm
respectivamente. Os maiores acumulados entre janeiro e agosto ocorreram em:
Recife (1.907 mm) Camaragibe (1.887 mm), Cabo (1.821 mm), Jaboatão dos
Guararapes (1.818 mm), e Ipojuca (1.699 mm). Embora as regiões do Sertão de
Pernambuco e do Sertão do São Francisco apresentem uma precipitação muito
abaixo da média histórica, as consequências da seca para o Estado será menor
que as da seca de 2012, visto que, as
regiões mais produtoras, Mata e Agreste receberam chuvas significativas. A
capacidade da caatinga para alimentar os rebanhos já não existe mais, todavia,
o sertanejo espera que já no mês de outubro ocorram as primeiras trovoadas no
Sertão e todo esse cenário mudo.
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