quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Anorc comemora reclassificação do RN como área livre da aftosa

Anúncio foi feito pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
'Decisão modifica o quadro pessimista da agropecuária', diz Marcos Aurélio.


Vacinação contra aftosa na Raposa Serra do Sol em Roraima (Foto: Manoel Estrella )Vacinação contra a aftosa (Foto: Manoel Estrella )
Após cinco anos e a conclusão do 'Inquérito Soroepidemiológico', o Rio Grande do Norte foi reclassificado como área livre da aftosa com vacinação. O anúncio foi feito no início do mês de setembro pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, durante visita ao Parque Aristófanes Fernandes, em Parnamirim, onde é realizada a Festa do Boi, a maior exposição de animais e máquinas agrícolas do estado.
A instrução normativa que certifica o Rio Grande do Norte como estado livre da doença possibilitará que o estado possa receber e enviar animais a lugares do país que possuem o mesmo nível de segurança sanitária contra a doença.
Devido à doença, o estado estava excluído de participar de feiras agropecuárias nacionais. Para o presidente da Associação Norte-rio-grandense de Criadores (Anorc), Marcos Aurélio de Sá, a decisão põe fim a uma incerteza quanto à saúde dos animais potiguares. “A decisão modifica o quadro pessimista da agropecuária, sobretudo a potiguar. O processo demorou diversos anos, muito em virtude da falta de estrutura do sistema de fiscalização, o que causou um prejuízo enorme e impediu a evolução do setor", avalia.
No estado, o inquérito foi concluído com resultados satisfatórios em 8 de maio de 2013, o que possibilitou - em conjunto com a evolução dos procedimentos sanitários, administrativos e de investimentos - a reclassificação de Reconhecimento Nacional.
O Rio Grande do Norte avançou junto com os demais estados nordestinos a área livre de Febre Aftosa com vacinação em nível de reconhecimento nacional. A intenção é que, em maio de 2014, as federações alcancem o reconhecimento internacional junto a Organização Mundial de Saúde Animal.
Para combater o problema da aftosa, o governo federal criou em 1992 o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção Contra a Febre Aftosa. O último foco de aftosa no Brasil foi detectado em 2006 nos estados de Mato Grosso do Sul e Paraná. No Rio Grande do Norte, o último caso da doença foi registrado em 2000.
Além do RN, o ministro da Agricultura também anunciou os estados de Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Pará e Piauí como áreas livres de aftosa. De acordo com o ministério, com a inclusão das áreas, 99% do rebanho de bovinos e búfalos e 78% do território nacional passam a ser livres da doença. Anteriormente, 89% do rebanho eram imunes e 60% do território eram livres da febre. Para isso, falta imunizar os rebanhos do Amapá, de Roraima e de parte do Amazonas. As três áreas ainda são consideradas de alto risco.
Inquérito Soroepidemiológico
O Instituto de Defesa de Inspeção Agropecuária do Estado (Idiarn) iniciou o 'Inquérito Soroepidemiológico' para o reconhecimento do RN como área livre da febre aftosa em outubro do ano passado. Esse processo objetivou confirmar que o vírus da aftosa não estava circulando em território estadual.
Na primeira fase do processo, aconteceram as visitas prévias às propriedades selecionadas pelo Departamento de Saúde Animal (DSA), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).  A seleção foi feita de forma aleatória e com base na movimentação de trânsito, analisando o banco de dados do Idiarn.
As propriedades selecionadas passaram pelas seguintes etapas: visitas prévias; colheita de amostras; colheita de amostras pareadas e monitoramento com inspeção clínica dos animais. As propriedades não puderam movimentar os animais pertencentes às amostras (bovinos de 06 a 24 meses) até a conclusão do processo.
Em seguida, o Idiarn enviou 4.301 amostras de sangue da espécie bovina e 1.980 amostras de sangue de pequenos ruminantes ao Laboratório Nacional Agropecuário do Rio Grande do Sul (Lanagro/RS) para realização de testes sorológicos.
Considerando os resultados favoráveis obtidos pelas amostras colhidas em propriedades sob monitoramento, foram encerradas em maio de 2013 as atividades do inquérito Soroepidemiológico com vistas ao reconhecimento do Rio Grande do Norte como área livre de aftosa com vacinação.
*Com informações do Ministério da Agricultura

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