Plano Nacional de Saúde Animal será finalizado neste ano
Um dos desafios do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) neste ano é criar o Plano
Nacional de Sanidade Animal, que terá medidas para avaliar serviços
veterinários nos estados, intensificar emergências sanitárias e agilizar
indenizações nos casos de sacrifício em rebanhos, além de atualizar os
programas dessa área, segundo o diretor do Departamento de Saúde Animal
(DSA). O Plano prevê um comitê nacional de sanidade animal, consultivo e
permanente, que será apoiado por grupos temáticos temporários para
assessoramento.
A elaboração do plano foi tratada em
reunião com representantes da Confederação de Agricultura e Pecuária do
Brasil (CNA), do Fórum Nacional dos Executores de Sanidade Agropecuária
(Fonesa), além de representantes de entidades da bovinocultura,
avicultura, suinocultura, caprino-ovinocultura, aquicultura e
apicultura, na segunda-feira (20), quando também foi feita uma
retrospectiva das atividades realizadas no ano passado.
Em 2017, será estruturado o Sistema
Brasileiro de Vigilância e Emergências Veterinárias (SISBRAVet). O
sistema cuida da elaboração e organização das técnicas voltadas à
vigilância das doenças dos animais, desde a prevenção, detecção até a
contenção de focos. O SISBRAVet deverá ter também um aplicativo
(e-Sisbravet) com módulos de atendimento a ocorrências zoosanitárias,
gestão de programas sanitários e das emergências.
Livre de aftosa
Na bovinocultura, 2017 é o ano de buscar
a condição de país livre de febre aftosa para, em 2018, ter esse status
reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Marques
lembrou que, na 44ª reunião da Comissão Sul-Americana para a Luta Contra
a Febre Aftosa (Cosalfa) 2017, em Pirenópolis (GO), em abril, será
discutida estratégia para a retirada gradual da vacinação contra a
doença. O plano de contingência para febre aftosa e o manual de
fiscalização da vacinação e venda de vacinas foram revisados em 2016 e
serão publicados neste ano, como suporte às ações do programa. Foi
apresentada ainda a perspectiva da abertura de comércio com 17 países
para bovinos vivos de abate e para reprodução.
Para a suinocultura, o Mapa quer buscar
condições à erradicação da peste suína clássica (PSC) no país e
ampliação da zona livre da doença, que hoje já engloba 16 estados e 99%
da suinocultura industrial. “É um projeto de governo previsto dentro do
Plano Plurianual (PPA 2016-2019)”, disse Guilherme Marques. E lembrou
que o projeto é prioritário, pois o risco de contaminação da zona livre é
permanente, já que focos foram registrados em estados do Norte e
Nordeste anos atrás. Em estados dessas regiões, houve auditorias e
treinamentos para identificar e debelar eventuais casos. Para 2017, o
Mapa também vai começar a trabalhar na implantação do sistema de
compartimentação de suínos para febre aftosa sem vacinação e para PSC.
“No setor avícola os controles serão
intensificados e as cobranças serão mais duras em função do risco de
ingresso da Influenza Aviária no país”, comentou o diretor do DSA. Com
esse objetivo, será implantado um programa de risco diferenciado para os
estabelecimentos avícolas, levando em conta a condição sanitária e a
continuidade do programa de certificação de compartimentos. Outra
novidade será a certificação de quarentenas privadas, para que o setor
privado realize quarentenas e triagem de aves importadas. Na área
internacional, estão em negociação 27 acordos sanitários.
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