quarta-feira, 20 de julho de 2016

Sistema Mãe D’Água/Curemas só garante abastecimento até outubro

Rio Piranhas ainda com água (Foto: José Procópio)
Rio Piranhas ainda com água (Foto: José Procópio)
Uma equipe composta por representantes da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN), da Companhia de Águas e Esgotos da Paraíba (CAGEPA), da Agência Executiva de Gestão de Água da Paraíba (AESA) e do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) comprovou que ainda é possível continuar abastecendo as populações da Paraíba e Rio Grande do Norte com a liberação da água, por gravidade, a partir do sistema Mãe D’Água/Curemas. A equipe fez o levantamento técnico a partir da dúvida levantada pela Agência Nacional de Águas (ANA), durante reunião do Comitê da Bacia Hidrográfica Piancó-Piranhas-Açu (CBH-PPA), realizada na sexta-feira, 15 de julho.
Esse abastecimento com liberação da água, por gravidade, para a calha da Bacia Piancó-Piranhas-Açu, no entanto, só poderá ser feito até final de setembro ou início de outubro deste ano. Esta é a previsão feita pelos técnicos, a partir da existência de uma lâmina d’água de 2,05 metros, acima da composta. Quando chegar a esse limite, não será mais possível a liberação de água pela comporta, por gravidade.
Para o presidente do Comitê, agrônomo José Procópio de Lucena, essa informação não justifica protelar as decisões técnicas e políticas da construção das adutoras para abastecimento de Caicó, principalmente a partir da Serra de Santana. “Também é preciso realizar um forte racionamento para economizar água e fazer reuso nas cidades, plano de contingência e divulgação pela CAERN e GAGEPA da crise hídrica, fiscalização forte na calha do rio para exigir irrigação zero e proibir qualquer uso perdulário nas cidades pelas empresas”, ressaltou Procópio.

Ele conclui as considerações a respeito do fato com uma ressalva: “água e solução técnica existem, infelizmente faltam vontade e ação políticas dos tomadores de decisões. Estou certo que só a pressão social, muita mobilização popular e unidade na luta podem evitar que 400 mil pessoas nos estados da Paraíba e Rio Grande do Norte passem por um colapso de abastecimento d’Água”, assegura.

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