segunda-feira, 18 de maio de 2015


As notícias são as mais tristes para quem esperou pelo inverno anunciado que ainda não chegou.
Na região Seridó, apesar de pequenos açudes particulares estarem cheios, os grandes reservatórios que abastecem cidades, vão terminando de secar.
As comportas de Coremas, na Paraíba, que distribuem água para o Rio Grande do Norte estão fechadas há alguns dias, e o leito do Rio Piranhas está seco, o que motivará, certamente, a falta d’água em Caicó, Timbaúba e São Fernando nos próximos dias.
Uma interrupção momentânea do fornecimento que tende a se repetir até fechar de vez.
Ontem, em Coremas, diretor da Companhia de Águas e Esgotos da Paraíba (Cagepa), José Motta Victor,  anunciou durante uma audiência pública que 26 pontos de abastecimento já começaram a ser desativados, e em dois meses o fornecimento poderá ser completamente suspenso.
É de partir o coração. Fui visitar a cidade de Princesa Isabel onde desativamos o sistema de abastecimento de lá. Carro-pipa está custando 200 reais. Vamos chegar a uma situação de não ter mais nem água para carro-pipa”, disse Motta em entrevista ao blog do caicoense Marcos Dantas.
O presidente do Comitê na Bacia Hidrográfica do Piancó-Piranhas-Açu, engenheiro José Procópio de Lucena, participou da audiência e contradisse o discurso de autoridades da paraibanas, que chegaram a afirmar que o abastecimento por Coremas iria priorizar o atendimento da Paraíba.
Água é o primeiro alimento humano, não existe outra alternativa de vida sem água. Nessa bacia mora mais de um milhão de pessoas. Hoje o Coremas está em uma de suas piores situações. A bacia tem 52 açudes com mais de 10 milhões de metros cúbicos d’água. Esse açude está com 119 milhões de metros cúbicos, abastece o Rio Grande do Norte em um trecho de apenas 10 km”, disse Procópio.
  
Porém, como sem chuva não há como se fazer milagre, Procópio acenou como 30 de junho a data para o fim da irrigação em todo o eixo do Rio Piancó-Piranhas. 
“O momento agora é de buscar diálogo, e uma das propostas do plano é o saneamento básico, poços, carros-pipas. Em 100 anos é a primeira vez que os açudes chegam pior do que começaram. Em crise, primeiro o consumo humano e animal, e depois os outros usos”, informou José Procópio Lucena.
Segunda medição de ontem, o Açude Coremas está com apenas 20,2% de sua capacidade.
  
Um sinal vermelho-vivo para o governo do Rio Grande do Norte que já deve correr atrás de dinheiro federal urgente para o combate aos próximos efeitos da seca que, pelo visto, serão devastadores.
Blog Marcos Dantas

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