terça-feira, 15 de julho de 2014

Pecuaristas e agricultores dizem que sofrem prejuízo com a política de liberação das importações brasileiras
A principal reclamação vem do setor da agropecuária pernambucana que demonstra insatisfação com as portarias do Governo Federal autorizando importações de produtos do agronegócio. Através do  Sinproleite - Sindicato dos Produtores de Leite de Pernambuco , o Ministro da Agricultura, Neri Gelle, recebeu pedido para que fosse revogado o decreto federal de 2013, que autoriza a importação de leite em pó. A importação tem elevado a oferta do produto no mercado de laticínios local, gerando a redução do valor do leite dos produtores locais na ordem de até 40%, inviabilizando a cadeia produtiva.

Prejuízo também para o setor sucroenergético porque desde o início do ano o etanol à base de milho tem sido importado para a região Nordeste, em plena moagem, depois da autorização do governo. A informação é da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP). O órgão da classe canavieira junto com os sindicatos dos Cultivadores de Cana (Sindicape) e das Indústrias do Álcool e Açúcar (Sindaçúcar) já buscaram a Agência Nacional do Petróleo, para rever a autorização, mas não obteve êxito até o momento. No período de janeiro a abril, o Nordeste já recebeu 250 mil metros/cúbicos de etanol anidro. O montante correspondente a aproximadamente oito meses de consumo do produto em Pernambuco, que é de 30 mil m³ por mês.

“A importação de etanol de milho vem trazendo graves problemas para o produtor de cana e usinas, com a redução do preço da matéria-prima do etanol brasileiro, que é feito à base de cana-de-açúcar – tradicionalmente produzido no Brasil, e com melhor qualidade que o produto estrangeiro”, critica o presidente da AFCP, Alexandre Andrade Lima. De acordo com o Cepea/ESAQ, o valor do anidro na formação do preço da matéria-prima paga aos produtores nordestinos, já caiu 12% em apenas um mês. Com a redução, o produtor está na prática, pagando para trabalhar, haja vista que o custo de produção da tonelada da cana é de R$ 87, mas estão recebendo R$ 67,21 – um déficit de R$ 20 a cada tonelada produzida.

Nenhum comentário: