Oportunidades
                
Setor de agronegócio atrai profissionais de outras áreas
Segmento cresce, apesar da crise, e cria diferentes oportunidades de trabalho e negócios
O agronegócio é um dos
 poucos setores da economia que estão em crescimento durante a crise 
econômica. Na Bahia, o agronegócio impulsionou o Produto Interno Bruto 
(PIB) no primeiro trimestre deste ano, com crescimento de 30% em 
comparação com o ano passado. Os resultados geram otimismo em relação a 
oportunidades de negócios e empregos não só em áreas especializadas, mas
 também para profissões de outros setores.
A alta expressiva é reflexo de um 
resultado abaixo do esperado em safras anteriores, mas os especialistas 
afirmam que é o agronegócio que está garantindo o crescimento da 
economia baiana, que cresceu 0,3% no início de 2017. Os resultados do 
ano têm sido tão positivos que o IBGE ampliou a estimativa da safra de 
grãos para este ano. Em junho, a safra cresceu 8,1% em relação a maio. A
 expectativa é que mais de 6,5 mil novas vagas tenham sido geradas no 
segundo trimestre.
Além das vagas especializadas em setores 
técnicos para cada cultura, muitas vezes os profissionais deixam passar 
oportunidades em vagas mais gerais, por não pensarem no agronegócio como
 uma opção e nem nas vagas no interior do estado como oportunidades de 
crescimento, afirma o gerente da divisão de engenharia e logística da 
Talenses, Gabriel Almeida.
“Tem um próximo passo de crescimento no 
agronegócio como um todo. As empresas de agronegócio também vão precisar
 atrair profissionais em algumas áreas de conhecimento, que não 
necessariamente precisam de uma expertise no setor, mas na área de 
finanças, recursos humanos, tecnologia, entre outras”, diz o 
especialista.
Uma das necessidades atuais de maior 
destaque é o setor de logística. Com uma supersafra de grãos em vista, 
serão cada vez mais necessários profissionais, sistemas e até empresas 
especializadas para atender a essa demanda. Com a especialidade em 
commodities, como soja, milho e algodão, também fica visível a 
internacionalização dos negócios, e a necessidade cada vez maior de 
profissionais com domínio do inglês.
Como uma empresa que produz quase 90% da 
matéria-prima que utiliza na indústria, na produção de derivados do 
coco, a agroindústria Finococo é um exemplo da diversidade de carreiras 
necessárias no setor da agroindústria. “Somos uma empresa completa. 
Apesar das raízes no campo, temos uma empresa verticalizada, porque 
produzimos e comercializamos todo o processo. Desde o técnico agrícola, o
 engenheiro agrônomo, até toda a área relacionada a parte administrativa
 e a parte comercial, marketing e logística de entrega”, conta o CEO da 
Finococo, Kleber Alves.
Enquanto os números de desemprego aumentam
 nas capitais e regiões metropolitanas, os empresários do agronegócio 
reclamam da falta de profissionais qualificados para a contratação. 
“Falta profissional qualificado no mercado, principalmente nas cidades 
do interior, que historicamente são deficitárias em termos de recursos 
humanos qualificados”, afirma Kleber Alves. O empresário conta que é 
comum que as empresas dediquem muito esforço a formação e retenção de 
profissionais que precisam ser ajustados às necessidades específicas de 
cada cultura.
Outra área apontada pelo especialista em 
recursos humanos Gabriel Almeida como oportunidades para profissionais é
 o setor que está sendo chamado de Business Intelligence, que se refere 
ao processo de coleta, organização, análise, compartilhamento e 
monitoramento de informações que dão suporte a gestão dos negócios.
“O profissional pode coletar dados 
meteorológicos, de produção, e combinar tudo isso em sistemas que criam 
indicações para melhorar a área de tomada de decisões, para que sejam 
pautadas em dados, e não em achismos, o que traz profissionalismo ao 
negócio como um todo”, diz Almeida.
Chances para pequenos
Para empreendedores que querem investir no
 setor do agronegócio, o crescimento também abre oportunidades para 
pequenos. Nem só de grandes plantações de soja vive o agronegócio 
baiano. Cerca de 84% das propriedades rurais brasileiras são 
consideradas de agricultura familiar.
Segundo a coordenadora de agronegócios do 
Sebrae-BA, Adriana Moura, o setor apresenta tendências conectadas a 
novas formas de consumo local que podem servir de ideias a novos 
negócios. Uma das principais tendências atuais é voltada para o perfil 
de consumidor que conecta a preocupação com a saúde ao interesse em 
conhecer mais sobre a procedência daquilo que é consumido.
Essa é uma tendência forte, segundo 
Adriana Moura, que pode ser aproveitada tanto no setor de orgânicos 
quanto para empresas que invistam na comunicação mais direta entre o 
campo e os consumidores. Isso abre um campo fértil também para empresas 
de certificação. “O consumidor hoje está muito mais voltado para a 
questão da qualidade de vida, isso passa pela preocupação com a origem 
do produto. Não só produtos orgânicos, mas também o aproveitamento de 
alimentos com menos açúcar, ou que trabalhem com ingredientes mais 
saudáveis”.
Tendência do agronegócio
Empregos - Não só de empregos e profissões
 técnicas é feita a cadeia do agronegócio. Fazendas e agroindústrias 
também  são empresas  e precisam de profissionais de finanças, 
administração, contabilidade e logística, entre outros. Enquanto o 
desemprego é crescente nas capitais, negócios do setor têm dificuldade 
de encontrar profissionais qualificados 
Interiorização - O interior da Bahia é um 
campo fértil de oportunidades. A Bahia tem segmentos de diversas 
culturas, concentradas em regiões específicas, como as culturas de grãos
 no oeste, a do cacau no sul, o Vale do São Francisco com a fruticultura
 e o extremo sul da Bahia com a cadeia de laticínios
Tecnologia - O crescimento do agronegócio 
também gera oportunidades para desenvolvedores de softwares, plataformas
 e aplicativos que propõem soluções para problemas recorrentes no setor 
através da tecnologia 
 
                 
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