Manejo correto do solo evita perdas da qualidade e melhoria na produção da pecuária
As pastagens degradadas são responsáveis pela baixa capacidade de produção de carne e leite, no criatório brasileiro. As propriedades, geralmente sofrem também com erosão laminar, em sulcos e até voçorocas, que podem levar a perdas de mais de 100 toneladas de solo/ha/ano, comprometendo a sustentabilidade do sistema de produção. Em muitas situações, apenas mudando algumas técnicas de manejo podemos reduzir essas perdas para menos de dez t/ha/ano, podendo chegar a menos de uma t/ha/ano em áreas bem manejadas, aproximando-se do que ocorre normalmente em solos sob vegetação preservada.Mas não é apenas o mau uso o responsável pelo estado de parte de nossas terras. “A maior parte dos solos brasileiros é ácida, e com baixa disponibilidade de nutrientes”, conta Wadson da Rocha, pesquisador da Embrapa Gado de Leite (MG). “Caso esses poucos nutrientes retirados pelas culturas não sejam repostos no solo, as pastagens entram em processo de degradação. Dessa forma, a falta de um correto manejo do solo para a implantação e a manutenção da pastagem é que pode definir a maior velocidade de degradação”, conclui Wadson.
O que a Embrapa Solos propõe é a reinserção dessas terras com pastagens degradadas ao sistema produtivo agropecuário sustentável, uma grande oportunidade para aumentar a produção agropecuária, sem necessidade de ampliação da fronteira agrícola. “Para isso precisamos identificar e eliminar os fatores responsáveis pela degradação, fazer uma avaliação do estado de degradação do sistema solo-planta”, diz o cientista da Embrapa Solos Aluísio Granato de Andrade. “Nesse sentido, a análise integrada de indicadores de qualidade do solo com indicadores de qualidade da forragem e com a quantidade de biomassa produzida podem possibilitar maior eficiência na seleção, no desenvolvimento e na adoção de tecnologias adequadas aos diferentes níveis de degradação”, completa.
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