terça-feira, 6 de agosto de 2019

Presidente da Abrafrutras conhece pesquisas da Embrapa no combate à mosca-da-carambola

Narah Pollyne - Presidente da Abrafrutas e demais visitantes estiveram no laboratório de entomologia da Embrapa Amapá.
Presidente da Abrafrutas e demais visitantes estiveram no laboratório de entomologia da Embrapa Amapá.
A Embrapa no Amapá recebeu a visita do presidente da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Luiz Roberto Barcelos, e do Assessor Jurídico da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) Eduardo Caldas. O objetivo da visita técnica, coordenada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), foi estreitar as relações com a Embrapa no Amapá, centro de pesquisas referência em estudos voltados para o combate à mosca-da-carambola. “Viemos até o Amapá para conhecer esse trabalho e para se tornar referência de integração para as outras unidades da federação. Trabalhamos em conjunto com os órgãos de regulação e sabemos que o trabalho da Embrapa é importante para esse combate”, afirmou o presidente da Abrafrutas.
A agenda dos representantes da Abrafrutas e da CNA com os gestores e equipe técnica da Embrapa fez parte de uma programação coordenada pelo superintendente do Mapa no Amapá, José Victor Torres, incluindo a participação do governador em exercício, Jaime Nunes; gestores da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR); da Agência de Defesa Agropecuária do Amapá (Diagro); da Federação da Agricultura e Pecuária do Amapá (Faeap); e parlamentares.  As instituições buscam apoio político, por meio da superintendência do Amapá do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, para a criação de um fundo de investimento em defesa. Se aprovado, esse recurso será usado para fomentar a pesquisa contra a praga, monitoramento, fiscalização e controle das ações.
De acordo com o chefe-geral da Embrapa no Amapá, Nagib Melém, as reuniões de alinhamento e prospecção de demandas conjuntas ocorreram no Mapa e na Embrapa. “Os visitantes conheceram o laboratório de Proteção de Plantas e as pesquisas desenvolvidas para o controle da mosca-da-carambola. Também estiveram em área de produção de frutas onde é feito o monitoramento da praga, como também aproveitaram a oportunidade para conhecer o experimento de cultivo de açaí em terra firme no Campo Experimental do Cerrado e uma área de cultivo de abacaxi no município de Porto Grande”, detalhou Melém. A pesquisadora da Embrapa no Amapá, Cristiane Ramos de Jesus, responsável pelas pesquisas sobre mosca-da-carambola, ressaltou a importância da visita técnica. “É a primeira vez que a gente está recebendo a iniciativa privada, então é importante que eles conheçam o nosso trabalho e vejam de que forma podem contribuir para chegarmos mais rapidamente à erradicação da praga”. A mosca-da-carambola é uma praga quarentenária presente no Brasil. Ou seja, possui importância econômica potencial para uma área em perigo, mas sem ampla distribuição. Sua presença está restrita aos estados do Amapá, Pará e Roraima, sob controle oficial do Mapa. Segundo o presidente da Abrafrutas, o investimento é necessário para atuar de maneira preventiva, impedindo que a mosca-da-carambola avance para outros estados. Isso pode prejudicar o setor financeiro, já que os locais onde existem focos da praga não podem exportar frutas.
Esforço preventivo
O Ministério da Agricultura estima que, se a mosca-da-carambola ficar fora de controle no Brasil, poderá gerar um prejuízo potencial de US$ 30,7 milhões no ano inicial e de cerca de US$ 92,4 milhões no terceiro ano de infestação. O esforço é preventivo para evitar a entrada da mosca-da-carambola em áreas do Brasil produtoras e exportadoras de frutas, evitando prejuízos em torno de R$ 400 milhões anuais, no caso de as exportações de manga, laranja e goiaba serem suspensas, por exemplo.
A mosca-da-carambola não atinge somente o fruto da caramboleira. Um total de 21 espécies vegetais hospedeiras da praga foram registradas no Brasil pela Embrapa. Os estudos da Embrapa são realizados em apoio ao Programa Nacional de Erradicação da Mosca-da-Carambola (PNEMC), coordenado pelo Mapa, e atendem ao objetivo de promover pesquisa para segurança biológica e defesa zoofitossanitária da agropecuária e produção florestal brasileira.
Mosca-da-carambola: barreira fitossanitária nas exportações
A origem do inseto é o Sudeste Asiático, sendo considerada espécie invasora no Brasil, Suriname, República da Guiana e Guiana Francesa. Os danos ocorrem em várias frentes. O ataque da mosca-da-carambola é uma ameaça de perda da produção, pois os frutos infestados têm seu desenvolvimento afetado e caem precocemente, ou seja, o produtor tem perda direta. Além disso, as medidas para o controle da praga acabam aumentando os custos da produção e a depreciação do fruto infestado implica menor valor comercial e frutos que se conservam menos tempo na prateleira, porque apodrecem precocemente. No Brasil, a mosca-da-carambola foi registrada em 1996 em Oiapoque, município na fronteira do Amapá com a Guiana Francesa.

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