Pecuária
Reduzir confinamento pode ajudar a combater crise na pecuária brasileira
Para especialistas, não há perspectiva de redução na oferta que possa aliviar a pressão nos preços
A redução do
confinamento bovino deve ‘enxugar’ a oferta de carne no mercado, assim
como um possível aumento na exportação de animais também provocaria uma
redução na oferta interna de carne. Essa é a opinião do presidente do
Conselho de Administração da Associação Nacional da Pecuária Intensiva
(Assocon), Alberto Pessina, sobre os benefícios primários relacionados à
diminuição do confinamento como solução paliativa para a atual crise no
setor pecuário brasileiro.
Com o cenário desgastado nos últimos 18
meses, que vão desde a fragilidade da demanda interna, a desvalorização
do real no final de 2016, o encarecimento dos insumos, ao aumento da
oferta, à Operação Carne Fraca, à volta da cobrança do Funrural, à
delação dos executivos da JBS, até a recente suspensão das importações
de carne in natura pelos Estados Unidos, a pecuária nacional se viu
“atolada em uma avalanche de problemas”, enumera o executivo.
Segundo
Pessina, além disso, com escalas de abate relativamente longas em todo o
país, especialmente considerando os frigoríficos de menor porte, não há
no horizonte uma perspectiva de redução na oferta, que possa aliviar a
pressão nos preços. De acordo com ele, é preciso entender que a demanda
tem um peso maior na formação de preços do que a oferta: “Se
considerarmos o cenário atual, também estamos tendo uma pressão de queda
na demanda (por carne bovina), principalmente no mercado interno. Por
este motivo, uma redução de oferta em um cenário de retração de demanda,
possibilita uma menor reação nos preços do que um cenário com forte
demanda”.
Em Goiás, os esforços para minimizar os
problemas aos produtores também são intensos, por parte da Federação da
Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), que já sensibilizou o Governo do
Estado e espera com urgência, a diminuição da alíquota do Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) nas operações
interestaduais de comercialização de bovinos para abate, dando
competitividade ao produtor goiano que almeja o equilíbrio de forças na
cadeia produtiva desta proteína.
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