La Niña pode aparecer a partir do segundo trimestre de 2016
Fenômeno climático traz chuvas mais regulares para Nordeste, mas risco de geadas e falta de água no Sul. Assunto já influencia o mercado futuro
Enquanto a agricultura ainda sofre com os efeitos do El Niño mais forte dos últimos 15 anos, já se fala em outro fenômeno: o La Niña.
Muitos meteorologistas e institutos acham cedo para afirmar, mas os
modelos oceânicos de previsão do tempo da agência americana Noaa já
indicam um resfriamento do Pacífico equatorial – o que dá origem ao La
Niña – a partir do segundo trimestre de 2016.
Faz quatro anos que os modelos só indicam períodos de aquecimento (El Niños) seguidos de períodos de neutralidade climática. Mas, por conta da credibilidade da Noaa, alguns especialistas acreditam que vamos sair de um El Niño de forte intensidade e ir direto para um La Niña, que pode ser intenso também.
“Historicamente, temos alguns episódios de El Niño fortes que foram seguidos de La Niñas de igual intensidade, a exemplo do que aconteceu em 1997/1998”, afirma o meteorologista Paulo Etchichury, da Somar.
Segundo ele, o fenômeno La Niña tem seus prós e contras. Quando ele aparece, os períodos secos (outono e inverno) são mais definidos e com temperaturas mais baixas, o que traz alguns riscos de geada precoce para as lavouras de trigo do Sul, por exemplo.
“Neste ano, o El Niño deixou o inverno com temperaturas acima da média, o que prejudicou a produção de frutas no Sul e provocou a florada antecipada de algumas culturas”, diz o meteorologista.
Consequências
Em anos em que o fenômeno se apresenta, as chuvas são mais regulares no Nordeste, mas, para o Sul, ele indica escassez de água, o que afeta diretamente as safras.
De acordo com o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Marcelo Schneider, o Climate Prediction Center, que é o órgão americano responsável pelas previsões climáticas divulgadas pela Nooa, costuma ser bem conservador e, se está indicando uma inversão de padrão, é algo bem confiável.
“Outros modelos mostram uma neutralidade das águas do oceano Pacífico equatorial, e só este fato também já pode ser considerado um indicativo de La Niña, porque aponta um forte resfriamento”, informa Schneider.
Mercado futuro
O assunto já começa a influenciar os preços no mercado futuro. O economista-chefe da Bolsa de Chicago (CME Group), Blu Putnam, em participação em vídeo durante o Summit Agronegócio Brasil 2015, alertou o setor produtivo a se preparar para maiores oscilações nos preços das commodities em virtude dos eventos climáticos.
"Se hoje chove por causa do El Niño, depois teremos seca por causa do La Niña. Se hoje está quente, amanhã haverá frio. Estamos prevendo muita volatilidade nos preços da agricultura", afirmou o economista.
Putnam prevê que os preços de commodities agrícolas, que hoje estão em patamares considerados baixos pelo mercado, podem não permanecer neste nível daqui a dois anos.
Pryscilla Paiva, editora de Tempo do Canal Rural
Faz quatro anos que os modelos só indicam períodos de aquecimento (El Niños) seguidos de períodos de neutralidade climática. Mas, por conta da credibilidade da Noaa, alguns especialistas acreditam que vamos sair de um El Niño de forte intensidade e ir direto para um La Niña, que pode ser intenso também.
“Historicamente, temos alguns episódios de El Niño fortes que foram seguidos de La Niñas de igual intensidade, a exemplo do que aconteceu em 1997/1998”, afirma o meteorologista Paulo Etchichury, da Somar.
Segundo ele, o fenômeno La Niña tem seus prós e contras. Quando ele aparece, os períodos secos (outono e inverno) são mais definidos e com temperaturas mais baixas, o que traz alguns riscos de geada precoce para as lavouras de trigo do Sul, por exemplo.
“Neste ano, o El Niño deixou o inverno com temperaturas acima da média, o que prejudicou a produção de frutas no Sul e provocou a florada antecipada de algumas culturas”, diz o meteorologista.
Consequências
Em anos em que o fenômeno se apresenta, as chuvas são mais regulares no Nordeste, mas, para o Sul, ele indica escassez de água, o que afeta diretamente as safras.
De acordo com o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Marcelo Schneider, o Climate Prediction Center, que é o órgão americano responsável pelas previsões climáticas divulgadas pela Nooa, costuma ser bem conservador e, se está indicando uma inversão de padrão, é algo bem confiável.
“Outros modelos mostram uma neutralidade das águas do oceano Pacífico equatorial, e só este fato também já pode ser considerado um indicativo de La Niña, porque aponta um forte resfriamento”, informa Schneider.
Mercado futuro
O assunto já começa a influenciar os preços no mercado futuro. O economista-chefe da Bolsa de Chicago (CME Group), Blu Putnam, em participação em vídeo durante o Summit Agronegócio Brasil 2015, alertou o setor produtivo a se preparar para maiores oscilações nos preços das commodities em virtude dos eventos climáticos.
"Se hoje chove por causa do El Niño, depois teremos seca por causa do La Niña. Se hoje está quente, amanhã haverá frio. Estamos prevendo muita volatilidade nos preços da agricultura", afirmou o economista.
Putnam prevê que os preços de commodities agrícolas, que hoje estão em patamares considerados baixos pelo mercado, podem não permanecer neste nível daqui a dois anos.
Pryscilla Paiva, editora de Tempo do Canal Rural
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