Moagem da safra de cana no norte e nordeste se atrasa por causa das chuvas
Com 68% da safra de cana-de-açúcar realizada no ciclo 2022/2023, dados compilados pela Associação de Produtores de Açúcar, Etanol e Bioenergia (NovaBio) mostram que as unidades produtoras do Norte e Nordeste processaram um total de 39,88 milhões de toneladas até o final da segunda quinzena de dezembro. Prejudicado por chuvas acima do esperado, o processamento foi 2,3% inferior ao verificado em igual período da moagem anterior. Mesmo assim, a expectativa é que a safra nas duas regiões seja encerrada com a produção de até 59 milhões de toneladas de cana, volume 9% superior ao verificado em 2021/2022.
Para Renato Cunha, presidente-executivo da NovaBio – entidade que congrega 35 usinas e destilarias de etanol em 11 estados, a queda na moagem é pontual: “As chuvas de verão foram muito mais intensas e constantes na região Nordeste, o que explica este recuo. Isto, no entanto, não afetará negativamente a produção no longo prazo. Vale registrar que para a próxima safra, em 2023/2024, as chuvas ajudarão nosso potencial de produção”.
Até 31 de dezembro de 2022, somadas as produções de anidro e hidratado, o segmento sucroenergético do Norte e Nordeste fabricou 1,67 bilhão de litros de etanol, além de 2,05 milhões de toneladas de açúcar. No mesmo período da safra 2021/2022 foram produzidos 1,74 bilhão de litros do biocombustível e 2,07 milhões de toneladas do adoçante.
No etanol anidro, houve crescimento de 2,8%, totalizando 906 milhões de litros contra 881 milhões de litros verificados na safra passada. Mesmo observando queda, até dezembro, de 10,6% na produção do hidratado, que ficou em 772 milhões de litros ante os 864 milhões de litros entregues em igual ciclo de 2021/22, Cunha lembra que o potencial de abastecimento será pouco afetado na atual safra.
“No encerramento da moagem atual estima-se que haverá elevação de até 8% na fabricação total de etanol, o que daria em torno de 2,3 bilhões de litros. No caso do açúcar, a expectativa é que sejam fabricadas 3,3 milhões de toneladas, quantidade 12% superior à produzida em 2021/2022”, ressalta o executivo.
Segundo Cunha, que também preside o Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool do Estado de Pernambuco (Sindaçucar/PE), da quantidade total projetada para a produção de açúcar nas regiões Norte e Nordeste em 2022/2023, cerca de 2,6 milhões de toneladas, entre o refinado e granel, serão exportadas. Os principais destinos serão países africanos, especialmente Gana, Sudão, Nigéria e Argélia, além de Estados Unidos e Canadá. Contêineres também serão enviados para a América do Sul, América Central e Europa.
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