quarta-feira, 19 de outubro de 2022

 

Manejo de cultivo de tomate sem solo tem produtividade elevada no Ceará

   

Nos experimentos, realizados nos municípios de Guaraciaba do Norte e São Benedito, as plantas foram cultivadas em sacos de cultivo (slabs), contendo substrato de fibra de coco, sendo avaliados vários híbridos de tomate tipo salada, modos de condução das plantas e o controle automatizado da irrigação. Os trabalhos de pesquisa e desenvolvimento da produção de tomate em cultivo protegido e sem solo na região da Ibiapaba se iniciaram em 2009.

Um sistema de cultivo protegido de tomate desenvolvido pela Embrapa tem apresentado produtividade surpreendente na região da Serra da Ibiapaba, zona norte do Ceará. “A produtividade de tomate cereja obtida foi de 166 toneladas por hectare ao ano, levando em consideração os dois ciclos de cultivo de 180 dias por ano. Os frutos produzidos foram de excelente qualidade, sendo comercializados na sua totalidade com preços acima dos obtidos com o tomate produzido no sistema tradicional”, comenta o pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical (CE) Fábio Miranda. Ele considera os resultados bastante satisfatórios, pois são muito superiores à produtividade média de tomate da região (63 t/ha), além de gerar com boa aceitação no mercado.

No cultivo sem solo do tomateiro, as plantas desenvolvem-se em vasos ou sacos de cultivo contendo um substrato. Suas necessidades hídricas e nutricionais são providas por meio de uma solução nutritiva. Podem ser usados como substratos materiais como fibra da casca de coco, considerada como ideal para a Região Nordeste, areia, vermiculita, casca de arroz carbonizada, casca de pinus e outros.

Conforme Miranda, são esperados vários benefícios com a adoção da técnica: melhor controle da irrigação e da nutrição, resultando em maior produtividade da cultura; redução do uso de defensivos agrícolas (herbicidas, nematicidas, fungicidas e inseticidas); maior eficiência do uso da água e de fertilizantes; obtenção de frutos mais uniformes, com maior qualidade e maior valor comercial; e redução de custos com mão de obra em virtude da eliminação ou redução de práticas culturais como capinas e pulverizações.

Além disso, o cultivo pode ser feito em qualquer época do ano e em locais com solos salinizados ou afetados por patógenos de solo, como nematoides, fungos ou bactérias. Na região da Serra da Ibiapaba, as colheitas de tomate tipo salada ou cereja produzido em substrato de fibra de coco iniciam entre 55 e 60 dias após o transplantio das mudas para os vasos ou sacos.

Dependendo dos tratos culturais, estendem-se até 160 a 180 dias após o transplantio, podendo ser feitos até dois plantios por ano. A produção comercial pode alcançar cerca de 160 toneladas de tomate cereja por ha/ano ou 280 toneladas de tomate salada por ha/ano.

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