A maioria dos criadores de ovinos e caprinos do interior do RN, principalmente na região central do estado, vem atravessando uma situação inusitada com o criatório do rebanho de corte. Com uma produção em alta, devido em alguns municípios as chuvas foram mais generosas, o pequeno produtor que nas vendas destes animais, tem a sua principal fonte de renda, está encontrando sérias dificuldades em vender aos açougueiros as suas criações. No inicio do corrente ano, o produtor vendia os seus animais para o abate, ao preço de R$ 13,00 (treze reais) o quilo, consequentemente, o açougueiro cortava nos mercados a R$ 15,00 (quinze reais). No presente momento, os açougueiros só querem comprar a R$ 12,00 (doze reais), embora o preço do quilo para o consumidor, continua sendo R$ 15,00 (quinze reais). Ora, nos sabemos que, o que está funcionando é a velha teoria econômica: a lei da oferta e da procura. A produção dos animais aumenta, e a procura pelo consumidor vem diminuindo sensivelmente devido a crise por que passa o nosso país. Na verdade, o que vem acontecendo com o nosso produtor, já era esperado. Não temos uma política de comercialização e abastecimento de carnes de ovinos e caprinos em nossa região. Se produz com muito sacrifício e não temos a quem vender. Seria necessário um empenho a nível de governo/SEBRAE ou outros organismo, que se implemente uma ação voltada, primeiramente para o melhoramento do rebanho e consequentemente uma política de mercado e de abastecimento da carne de ovinos e caprinos. Tivemos num passado bem próximo, um político que abraçou a causa, porque também era produtor rural, mas, infelizmente Deus o chamou muito cedo. Foi o Deputado Federal Nélio Dias. Implantou no Parque de Exposição que leva seu nome aqui em Lajes do Cabugí, um projeto para beneficiamento e abatedouro da carne de ovinos e caprinos, como também uma incubadora de projetos,(mais ou menos isso) que logo após a sua partida para a morada eterna, não mais funcionou. O Dr. Nélio Dias está fazendo muita falta aos pequenos produtores do estado. Era um homem abnegado, um sonhador e idealizador de projetos em prol da agropecuária do nosso estado. Depois de Dr. Nélio, não temos conhecimento de nenhuma manifestação a respeito de dias melhores para a nossa agropecuária. Precisamos provocar a UFERSA, campus de Angicos, EMPARN, os Sindicatos Rurais, as Associações Rurais, produtores rurais, todos unidos, se planejar algo em torno do problema para que alguma ação seja implementada em prol da caprinoovinocultura. Do jeito que vai, o produtor cria os animais e não tem a quem vender. E aí, viver de que? como vai escapar?
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