terça-feira, 24 de maio de 2016

Emissões de GEE na pecuária brasileira são apresentadas em evento internacional

Alexandre Berndt - Durante cinco anos, a dinâmica de gases de efeito estufa e balanço de carbono em sistemas de produção da agropecuária brasileira.
Durante cinco anos, a dinâmica de gases de efeito estufa e balanço de carbono em sistemas de produção da agropecuária brasileira.
Os resultados de estudos da Rede de Pesquisa Pecus serão apresentados durante II Simpósio Internacional sobre gases de efeito estufa na agropecuária (II SIGEE), de 7 a 9 de junho, em Campo Grande (MS). O evento é realizado pela Embrapa e Sistema Famasul.
Pesquisadores da Embrapa e de instituições parceiras nacionais e internacionais estudaram, durante cinco anos, a dinâmica de gases de efeito estufa e balanço de carbono em sistemas de produção da agropecuária brasileira. A Redetrabalhou nos biomas Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa para  determinar o nível das emissões e o potencial de mitigação (redução de emissões e remoção de GEE da atmosfera) em busca de uma pecuária sustentável.
De acordo com a pesquisadora Patrícia Anchão, coordenadora da Pecus, os resultados indicam quais os modelos pecuários são mais competitivos e sustentáveis. Durante o simpósio, os participantes terão acesso aos dados de emissões de gases pelos animais, solo e o sequestro de carbono em vários tipos de sistemas, como convencional, integrado, extensivo e intensivo.
Uma simulação de balanço entre as emissões e as remoções de gases de efeito estufa em um processo de recuperação de pastagem demonstrou que é possível obter saldo positivo de carbono com taxa de acúmulo superior a uma tonelada por hectare a cada ano.
Alguns sistemas de produção, como a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), e alterações na nutrição animal, com inclusão de aditivos na dieta bovina, são estratégias pesquisadas e com potencial para diminuir as emissões da agropecuária. Isso ocorre, segundo Patrícia, porque os sistemas integrados retêm mais carbono pela presença do componente arbóreo, e uma melhor digestão promove menores emissões de metano pelos animais.
A pesquisadora revela ainda que a produtividade animal em sistemas intensivos mostrou ser até quatro vezes maior em comparação ao modelo pecuário extensivo e/ou degradado.
Resultados como esses vão contribuir para o Brasil atingir os compromissos de redução das emissões, assumidos pelo Governo durante a 21ª Conferência do Clima (COP 21), realizada em dezembro de 2015, na França. Além de colaborar para a formulação de políticas públicas e para as atualizações do Inventário Nacional de Emissões e Remoções de GEE.
Pecus - A Rede de Pesquisa Pecus, iniciada em 2011, é formada por mais de 200 pesquisadores da Embrapa, 49 instituições parceiras nacionais e oito internacionais. O objetivo principal é quantificar as emissões da pecuária brasileira de forma mais holística e com repetição temporal. A Rede realiza pesquisas nos seis biomas brasileiros: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa. São feitos balanços entre as emissões de gases de efeito estufa, principalmente por meio da emissão do metano entérico dos bovinos e das emissões do sistema solo-planta e o sequestro de carbono dos vários sistemas de produção.
Simpósio -  O II Simpósio Internacional sobre Gases de Efeito Estufa na Agropecuária (II SIGEE) é realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, e Sistema Famasul, com patrocínio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Sicredi e Reflore MS.
O evento tem ainda o apoio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect), Rede ILPF, Unipasto, Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), Sistema OCB/MS, Fiems, Instituto Senai, Sebrae, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e WRI Brasil.

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