segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Manejo foi tema de curso em Petrolina

Jorge Cardoso/MMA
Caatinga: bioma de recuperação rápid
Técnicas voltadas para a gestão da floresta asseguram produção com a proteção do solo e manutenção dos serviços ambientais




Agricultores familiares e técnicos lotaram, nessa quinta-feira (22/10), em Petrolina (PE), a sala do curso realizado pela Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio  Ambiente (SEDR/MMA) 0no Semiárido Show 2015. Todos interessados em aprender sobre “Manejo florestal de uso múltiplo para o suporte forrageiro e energético do bioma Caatinga”. O Semiárido Show é a maior feira da agricultura familiar do Nordeste, e foi realizada no município, entre os dias 21 e 23 de outubro, reunindo 20 mil participantes.

A engenheira florestal e consultora da Fundação para  o Desenvolvimento Sustentável do Araripe Bruna Vieira, responsável pelo curso, explicou que no manejo florestal sustentável são utilizadas técnicas voltadas para a gestão da floresta, de forma sustentável, assegurando uma produção com a proteção do solo e a manutenção dos serviços ambientais. Além disso, possibilita o uso contínuo dos serviços e produtos da floresta, preservando a biodiversidade.

REGENERAÇÃO

Bruna lembrou que a Caatinga tem uma boa capacidade de regeneração, o que simplifica a importância do manejo florestal na região. “Falar de manejar a Caatinga é, de forma simplória, falar de porte da lenha. O sertanejo já faz isso há muito tempo. O que queremos agora é qualificar essa atividade”, destacou ela.

Existe, inclusive, um documento que regulamenta essa atividade. No Protocolo da Rede de Manejo Florestal da Caatinga (RMFC) é possível encontrar inúmeras orientações para os agricultores, desde o tamanho e diâmetro das árvores, a altura e tipo do corte,  período de pausa para novos cortes, o papel dos órgãos ambientais no processo de regulamentação da atividade, a variância de áreas, entre outras. “O manejo florestal assegura fontes energéticas renováveis e o sistemas agroflorestal é uma realidade que permite a segurança alimentar para muitas famílias na Caatinga ”, afirmou Bruna.

PESQUISA

Criada em 2003, no âmbito do Programa Nacional de Florestas (PNF) do MMA, por meio de um convênio assinado com a Associação Plantas do Nordeste (Apne), a RMFC é composta por diversas instituições de ensino e pesquisa e tem como objetivo consolidar e ampliar a base técnico-científica de experimentação de manejo florestal da Caatinga, por meio da geração de informações consistentes, sistematizadas e disponibilizadas a diferentes públicos alvo.

“Dentre os compromissos do MMA para o combate à desertificação, o fortalecimento do manejo florestal integrado de uso múltiplo é uma das prioridades nos espaços semiáridos, fazendo frente ao desmatamento, sendo alternativa para a questão energética, o suporte forrageiro e os produtos não madeireiros”, analisa o diretor do Departamento de Combate à Desertificação da SEDR/MMA, Francisco Campello.

CONHECIMENTO

Segundo Bruna, a variância das áreas a serem exploradas minimizam o impacto florestal para a fauna e a flora, assegurando o retorno da vegetação. “Cursos como este, permitem difundir as várias tecnologias sociais de convivência com o semiárido brasileiro. O produtor deve se apropriar do conhecimento para andar sozinho”, concluiu ela.

O produtor de mel da Cooperativa Mista dos Apicultores da Microrregião de Simplício Mendes (PI) e estudante José Jairo, de 25 anos, participou do curso para aprender mais sobre a regeneração do meio ambiente. “Na nossa cooperativa já temos um projeto de reflorestamento com plantas nativas. Queria aprender mais sobre o assunto”, afirmou.
Para o agricultor José Oto Conceição, 29 anos, morador de Euclides da Cunha (BA), o interesse dele no assunto estava em como agregar valor na atividade que já executa na região. “Quero compartilhar com minha comunidade uma forma de aumentar a rentabilidade, de forma ambientalmente correta e sustentável”.

Assessoria de Comunicação Social (Ascom/MMA) 

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