Orientações para melhor aproveitar o silo na hora de abrir |
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O produtor que investiu na silagem como estratégia alimentar e que fez o
silo bem feito, dentro dos padrões de manutenção da qualidade nutricional, vai
descobrir na hora de abrir o silo um grande aliado para combater a falta de
alimento nos períodos secos, quando as pastagens ficam escassas.
A silagem é o resultado da fermentação anaeróbica dos açúcares solúveis
em água e sua conversão em ácido lático. É um alimento dinâmico, nunca
estático, que piora, consideravelmente, em determinadas circunstâncias. Na
época de abrir o silo e utilizar o volumoso para os bovinos é importante
observar algumas precauções que são indispensáveis, para um bom aproveitamento
do material.
"É muito comum o produtor se preocupar somente no momento de encher
o silo. Ele fez a silagem e está tudo certo, mas não. A silagem é um material
frágil, do momento em que é o silo é aberto até servi-la pode haver
deterioração e precisamos ter certos cuidados para servir um alimento de qualidade,
que não seja rejeitado pelos animais e que não tenha perdido o valor
nutritivo", confirma Haroldo Pires de Queiroz, zootecnista da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa.
Haroldo elenca procedimentos a serem observados pelos produtores e seus
colaboradores na hora de tirar a lona:
1 - Abrir o silo somente 30 dias após o fechamento. A silagem está
pronta depois de completar o processo de fermentação, que leva em torno de três
semanas e, por segurança, abre-se em um mês. Antes disso, ela apodrece. Ao se
utilizar aditivo para acelerar, segue-se o tempo indicado no rótulo pelo
fabricante. Um silo pode permanecer vedado por vários anos, desde que a
fermentação esteja completa.
2 - Retirar a silagem somente na hora de servir. Ao abrir o silo e
expô-lo ao ar há uma explosão de microorganismos, havendo uma refermentação da
massa ensilada perdendo o valor energético. O volumoso aquecido perde açúcar e
também proteína e o material fica indigestível.
3 - A fatia deve ser retirada diariamente, ter no mínimo 15 cm e
corresponder a toda a face do silo, de um lado a outro, e o silo tem que ser
projetado para facilitar a operação e considerar o número de animais a serem
alimentados no dia.
4 - Retirar a silagem de cima para baixo para evitar desmoronamento.
Muitas vezes, o alimento é retirado de baixo para cima e o volume, além dos 15
cm que sair da proteção da massa ensilada, se não for consumido, está
descartado pela excessiva exposição.
5 - Proteger a abertura do sol e da chuva. O sol acelera o processo de
respiração das bactérias e desidrata o volumoso perdendo a palatabilidade. A
chuva lava os nutrientes solúveis, deixando somente fibra. A proteção não deve
abafar, reverter o processo aeróbico. É cobrir, não lacrar.
6 - Monitorar a matéria seca (MS) semanalmente. O investimento em
silagem é alto e espera-se uma garantia no desempenho dos animais, seja em
litros produzidos ou ganhos de peso por dia. A matéria seca determina a
quantidade de massa que o animal pode consumir. Semanalmente, amostrar de oito
a dez pontos da superfície do silo, homogeneizá-los somando 500 gramas e, em
subamostras de 100 gramas, secar para se obter a porcentagem de MS, que pode
variar entre 25% e 35%. A ingestão do animal é por quilo de matéria seca, de
1,5 a 3% do peso vivo, misturando silagem e ração.
7 - Ainda, a cada 20 dias, é realizado o monitoramento da proteína. O
nível de proteína define o desempenho tanto para lactação quanto para produção
de carne. A silagem flutua até 5% de proteína e é necessário esse
acompanhamento.
8 - Descartar material fora do padrão. Massa com cor alterada, escura ou
esbranquiçada, mofada, encharcada e com odor adverso é dispensada para
consumo.
O analista da Embrapa Gado de Corte ressalta, por fim, que "o
produtor deve retirar do silo só o que for servir, na hora. É normal retirar um
volume de material e servi-lo no outro dia, próximo ao cocho. A silagem tem que
ser retirada e consumida no dia. São itens comuns e, às vezes, esquecidos".
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da redação do Nordeste Rural |
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