terça-feira, 8 de abril de 2014

Como fazer uma ordenha manual livre de contaminações
No Brasil, um grande número de produtores ainda adota a ordenha manual. A contagem bacteriana, um dos fatores que determinam a qualidade do produto, costuma ser bastante alta neste tipo de ordenha. Isto ocorre devido a procedimentos incorretos que levam a uma higiene deficiente tanto dos tetos da vaca e das mãos dos ordenhadores quanto dos utensílios utilizados.
Definida como uma tecnologia social ao alcance dos pequenos produtores, o kit Embrapa para ordenha manual higiênica é composto por utensílios simples, associados a uma cartilha contendo orientações técnicas a respeito dos procedimentos.
Com a adoção do kit, o pecuarista pode obter uma produção de leite com índices bacterianos tão baixos quanto os obtidos pela ordenha mecânica ou até inferiores. Com isso, garante a compra de sua produção, já que a implementação da Instrução Normativa 51 do Ministério da Agricultura exige padrões mínimos de contagem bacteriana na aquisição de leite por parte do segmento industrial.
Os estudos realizados para o desenvolvimento do kit para ordenha manual higiênica  comprovam que não é preciso muito investimento financeiro para se obter leite com baixa contagem bacteriológica. O kit é um conjunto de utensílios que pode ser adquirido em qualquer parte do país por cerca de R$ 165,00. É composto, basicamente, por um balde semiaberto para ordenha manual, uma caneca de fundo escuro, um balde de plástico para armazenamento de água clorada, uma mangueira de borracha de 5 metros, um filtro pra coar o leite, uma seringa, papel-toalha, além de um banquinho de madeira e um par de luvas de borracha.
O pesquisador, Guilherme Nunes de Sousa, da Embrapa Gado de Leite, de Juiz de Fora, em Minas Gerais, chama a atenção para a correta utilização do kit, seguindo-se exatamente as orientações da cartilha que o acompanha. “Existe uma sequência de uso dos utensílios que permite a redução da contagem bacteriana no leite”, explica. “O custo/benefício que o produtor vai obter com o uso  do kit depende do volume que ele produz e da forma como a empresa que compra o leite definiu o programa de pagamento por qualidade”, esclarece o pesquisador. “Algumas empresas pagam até quatro centavos a mais por litro de leite com qualidade assegurada”, complementa.
Os procedimentos corretos de ordenha higiênica garantem não só a qualidade superior do leite e a consequente rentabilidade, mas protegem os animais contra doenças, que aumentam o custo de produção com o investimento em medicamentos e, em alguns casos, exigindo a retirada temporária de animais do processo produtivo durante o tratamento.

da redação do Nordeste Rural

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