quinta-feira, 28 de maio de 2020

 
PECUÁRIA DE CORTE

Produtor não deve sofrer com impacto negativo no preço do boi gordo

Análise foi apresentada durante workshop online
Análise foi apresentada durante workshop online, promovido pela Allflex, sobre as perspectivas para o setor em 2020
A pecuária de corte e o valor da arroba do boi gordo não devem ser prejudicados pelo atual cenário de crise sanitária. É o que sinaliza a análise de mercado apresentada durante o workshop online promovido pela Allflex, líder mundial em identificação e monitoramento animal. Com o tema o “Mercado do boi gordo 2020 e o futuro da pecuária de corte”, o evento ainda abordou gestão dos negócios da fazenda, redução de riscos, gestão da produção e de pessoas, além das oportunidades de negócios para este ano.
O webinar contou com a participação de especialistas do mercado do boi gordo, como o zootecnista e diretor comercial da Allflex, Ivo Martins e o médico-veterinário e analista do mercado do boi gordo Rodrigo Albuquerque. A mediação foi feita por Miguel Cavalcanti, especialista em agronegócios, criação bovina e mercados agropecuários fundador e CEO da AgroTalento.
Segundo Rodrigo Albuquerque, mesmo diante de um cenário desafiador como o atual para muitos setores da economia, no caso da pecuária é preciso ter um panorama de como reagiu o preço do boi gordo em anos anteriores. “Em 2019, tivemos um ano muito bom. Diante disso, como funcionam os anos de pós-choque de preços, como 2020? Analisando os últimos 13 anos do comportamento deste mercado, vemos que em anos posteriores aos choques de preços não temos uma explosão no segundo semestre. A ocorrência do passado não é fator decisivo, mas são peças fundamentais para entendermos o que vai acontecer daqui para frente”, explicou.
“Perto de todos os acontecimentos que já passamos e estamos no mês cinco de 2020, a arroba caiu em 3,5%. Podemos considerar que isso é pouco em ano de pandemia, de colapso econômico e desastre de saúde. Em termos de preço, para a pecuária, é algo que está longe de ser um ano de prejuízos. Não vamos ver a catástrofe que muitos apregoam e que acabam deixando o produtor em situação de fragilidade”, enfatizou.
Albuquerque ainda aposta que é provável que o preço do boi não seja “esmagado” ao final da safra e pouco provável que haja uma valorização estratosférica na entressafra. “Na pecuária é muito barulho e pouca crise. As commodities apresentam padrões de comportamento e o ano de 2020 não vai evoluir tanto em relação a ele mesmo, mas em relação a 2019 há uma grande evolução”, ressaltou.
Gestão é a chave do sucesso para a pecuária moderna
Com as perspectivas de cenário apresentadas, o especialista reforçou a necessidade de uma gestão eficiente dos negócios para atuar com excelência na pecuária atual. “O produtor precisa fazer gestão. Muitos ainda não sabem nem o valor do seu custo de produção, quantos bois produzir e por quanto esse boi vai ser entregue para obter lucratividade”, apontou.
Para começar a gerir de forma eficiente, Albuquerque ressaltou a necessidade da identificação animal, pois ela é a porta de entrada para se aperfeiçoar na atividade e obter um controle maior do rebanho e do negócio. “A identificação animal é a base de tudo para uma pecuária moderna”, disse.
Para o diretor comercial da Allflex, Ivo Martins, a identificação animal pode ser adotada por todos os produtores, independente do tamanho da fazenda ou quantidade de animais. “Ainda há um estigma que somente os grandes produtores fazem identificação animal. A gestão pode e deve começar a ser formatada pela identificação visual e, posteriormente, o produtor traçar um plano para chegar em uma identificação eletrônica, por exemplo. Mas é preciso dar o primeiro passo e tomar decisões baseadas nas informações coletadas da porteira para dentro”, comentou.
Outro ponto abordado no webinar foi sobre a resistência de investimentos e adoção de novas tecnologias, o que muitas vezes causa conflitos entre gerações. No entanto, o debate entre os participantes sinalizou que este tipo de postura tem mudado nos últimos anos. “A adoção de tecnologia tem sido uma realidade e a cultura tem mudado entre os produtores. Existem ainda algumas barreiras, mas o que temos visto é o crescimento impressionante nos últimos anos. Está claro que as novas gerações, que estão tomando a gestão nas fazendas, estão atentas que para fazer uma gestão eficiente é preciso ter uma gestão inteligente dos dados”, ressaltou Martins.

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