segunda-feira, 4 de maio de 2020

 

Argentina se afasta do Mercosul e Agro entra em alerta

"Argentina perderá os benefícios de futuras negociações em países terceiros"
A decisão da Argentina de retirar-se das negociações do Mercosul provocou uma forte reação do agronegócio daquele país. A chamada “Mesa de Ligação”, composta pelas entidades: Sociedade Rural Argentina, Coninagro, Confederações Rurais da Argentina e Federação Agrária, expressou sua preocupação com a decisão do governo e solicitou uma audiência urgente com o governo.
O Mercosul mantinha negociações externas em andamento com a Coréia do Sul, Cingapura, Líbano, Canadá e Índia, Reino Unido, Vietnã e Indonésia, entre outros países. As entidades representativas do setor agro argentino querem uma reunião com o ministro das Relações Exteriores, Felipe Solá, para expressar preocupação e saber das implicações da medida.
“Essa decisão unilateral do governo nacional parece indicar uma tendência a uma menor abertura de nossa economia, com um alto impacto potencial em termos de investimento, desenvolvimento de negócios e comércio exterior, perdendo a projeção e inserção no comércio internacional, tão necessário hoje para geração de divisas necessárias à nossa economia”, destacam as entidades.
Os dirigentes rurais alertam ainda que o “espírito corporativo dos países e da União Aduaneira pelos quais a Argentina tanto defendeu desde a criação do bloco está quebrado. A Argentina perderá os benefícios de futuras negociações em países terceiros, tanto em termos de acesso ao mercado quanto de fluxo de investimentos, bem como a condição de reserva de mercado em nível regional, competindo abertamente com os novos parceiros do Mercosul”.
As entidades justificam a continuidade do bloco argumentando que o país “produz alimentos em quantidades muito superiores às demandadas pelo consumo doméstico, de modo que a exportação e a abertura de novos mercados para sua comercialização representam uma oportunidade insubstituível de geração de emprego, atividade econômica e câmbio em benefício da população”.
Por sua parte, o Chanceler Felipe Solá contra-atacou dizendo que “quem solicita acordos de livre comércio do Mercosul com outros países não pode destacar um único benefício para o trabalho argentino. Sua posição é ideológica: o livre comércio sempre será melhor por definição”, afirmou o, Felipe Solá, após críticas à Saída da Argentina das negociações do bloco.

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