PREVENÇÃO
Alerta sobre importância da vacinação contra brucelose
Doença traz sérios prejuízos econômicos aos produtores rurais e pode afetar a saúde humana
A brucelose é
uma doença infecto-contagiosa crônica provocada por bactérias do gênero
Brucella que atinge bovinos, bubalinos, suínos, caprinos, ovinos, entre
outros, e pode ser transmitida para humanos. Por isso, a Agência de
Defesa Agropecuária (Adapec) alerta o produtor rural para a importância
da vacinação e o cuidado no contato com animais. Além disso, ter atenção
em consumir produtos de origem animal inspecionados.
O meio mais eficaz de prevenir a zoonose é
vacinar bezerras fêmeas (bovinas ou bubalinas) de 3 a 8 meses de idade,
utilizando a vacina cepa B-19, que só deverá ser aplicada por um médico
veterinário ou auxiliar de vacinador, cadastradas na Adapec. Além
disso, ter o controle dos animais que entram na propriedade realizando
exames de rotina para brucelose, adquirir animais que tenham sido
vacinados e com exames negativos para brucelose.
“É importante destacar que a comprovação
da vacinação contra brucelose deve ser feita semestralmente, em um dos
escritórios locais da Adapec. Fêmeas que por algum motivo não foram
vacinadas com a idade de 3 a 8 meses, deverão ser vacinadas com a vacina
RB-51, ficando a ficha de movimentação de bovinos (ou bubalinos)
bloqueada até a comprovação da vacinação”, disse a responsável técnica
pelo Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e da
Tuberculose Animal (PECEBT), Carolina Silveira Carolina.
Segundo o gerente de sanidade animal da
Adapec, Sérgio Liocádio, os meios de transmissão da doença entre os
animais ocorrem, principalmente, através do contato direto destes com as
secreções de animais contaminados; instalações (cercas, currais,
baldes); ingestão de pastagem e água contaminadas; sêmen contaminado
e/ou material contaminado (inseminação artificial ou cobertura).
Já a transmissão para o ser humano pode
ocorrer pelo contato direto com o feto abortado, placenta e outras
secreções eliminadas do útero da fêmea doente, principalmente durante
auxílio ao parto; no manusear de carnes e miúdos de animais doentes.
Outras formas são: consumir leite cru, seus derivados como queijo,
manteiga, coalhada fabricados com leite de animais infectados que não
passaram pelo processo de pasteurização e inspeção sanitária, e ainda,
comer carnes mal cozidas ou mal assadas, contaminadas.
“A brucelose está controlada no Tocantins,
graças à dedicação dos produtores rurais que vem vacinando as bezerras
no tempo certo e também ao trabalho de educação sanitária com palestras
sobre esta zoonose que são realizadas pela Adapec,” disse o presidente
da Adapec, Alberto Mendes da Rocha, relembrando que a segunda etapa da
vacinação contra a brucelose termina no dia 31 deste mês, e espera
manter os bons índices vacinais que o Estado vem tendo nos últimos anos.
Sintomas da brucelose animal
Os sintomas mais comuns da brucelose em
bovinos são: aborto no terço final da gestação, morte de bezerros
recém-nascidos, nascimento de bezerros fracos, retenção de placenta,
corrimento vaginal, devido à inflamação no útero, repetição de cio,
queda na produção de leite, mastite (inflamação do úbere), nos machos o
sinal mais comum é a inflamação dos testículos (orquite). “É uma doença
que traz sérios prejuízos econômicos para o produtor rural,” destaca
Carolina Silveira.
Dados
Em 2019, o Tocantins registrou um caso de
brucelose em bovino. E no primeiro semestre deste ano foram vacinadas
440.815 bezerras entre três e oito meses de idade, atingindo 95,97% das
bovídeas em idade vacinal.
Conforme o último inquérito realizado em
2014/2015, o índice de prevalência para focos da brucelose no Tocantins
caiu de 21,22% em 2002 para 6,42% em 2015. Já o índice de prevalência
animal ficou em 2,21%.
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