quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Cera de carnaúba com nanotecnologia aumenta tempo de prateleira das frutas


cêra de canaúba em frutasO Brasil é um dos principais produtores de frutas e hortaliças, mas é também um dos dez países que mais desperdiçam comida no mundo. As perdas giram em torno de 40%, o que faz da nanoemulsão uma alternativa para a conservação pós-colheita de frutos em geral e redução do desperdício.
Para reduzir essas perdas, pesquisadores da Embrapa desenvolveram uma nanoemulsão de cera de carnaúba usada em experimentos com mamão, laranja, tangerina e tomate que demonstrou ser uma ferramenta promissora no revestimento de frutos por formar uma barreira contra a perda de umidade, troca de gases e ação microbiana.
O composto, reforçado com nanopartículas, foi capaz de preservar a qualidade e prolongar o tempo de vida dos frutos em 15 dias a mais, em média, comparado ao revestimento convencional que não conta com a adição das partículas ultrafinas. Nesses casos, o tempo de prateleira varia de acordo com o fruto e com a temperatura em que é conservado. O mamão, por exemplo, dura até duas semanas com revestimento convencional.
A vantagem é que a matriz usada, a cera de carnaúba, é um produto mais disponível, extraído das folhas da palmeira da carnaubeira, espécie natural da região Nordeste do País. Além disso, é reconhecida como substância segura ao consumo humano pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Por sua pesquisa, Marcela Miranda ganhou o prêmio de melhor pôster no V Simpósio Internacional de Patologia Pós-Colheita, realizado no mês de maio na Bélgica, com o trabalho “Atividades antifúngicas de óleo essencial e extratos de Zingiber Officinale Roscoe em patógenos pós-colheita”.
“Em todos os ensaios, os frutos revestidos com a nanoemulsão demonstraram menor perda de massa, quando comparados a frutos não revestidos e àqueles com emulsões comerciais”, relata Marcela Miranda que realizou o estudo durante o curso de mestrado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O trabalho continua em seu doutorado na Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp) nos laboratórios de Pós-Colheita da Embrapa Instrumentação.

A solução tecnológica já foi lançada aqui no Brasil e está alinhada a uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas: reduzir pela metade o desperdício per capita de alimentos no mundo até 2030.

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