sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Produção de biogás na fazenda agrega renda e melhora qualidade do meio ambiente

 
biogás na fazendaA aplicação da tecnologia ainda é baixa entre os produtores de leite, mas o pesquisador Marcelo Henrique Otenio, que coordena os estudos sobre os biodigestores na Embrapa Gado de Leite (MG), diz que o uso do biogás está em franca expansão no setor e apresenta retornos financeiros positivos. “Nós reunimos uma equipe de pesquisa multidisciplinar de unidades de ensino e os nossos estudos são economicamente viáveis ​​ou o uso de biodigestores na pecuária de leite para o desenvolvimento de sistemas de vacância livre (sistema de produção de leite com vacas estabelecidas) com mais de oitenta vacas” revela Otenio.
A utilização de biodigestores para o manejo de biomassa animal ou bioensaio animal em biogás é uma prática antiga, mas a pesquisa científica está se tornando a cada vez mais eficiente. Na agropecuária brasileira, os produtores de suínos são os que mais adotam uma tecnologia. Segundo o Centro Internacional de Energias Renováveis ​​- Biogás ( CIBiogás ), este setor é responsável pela produção de 14% do biogás nacional. As empresas farmacêuticas, empresas de alimentos e bebidas e serviços de esgoto respondem por 51%, 25% e 6%, respectivamente. A pecuária de leite, com outras atividades, fica com 3% restantes.
Hoje, no entanto, a produção de energia elétrica e a produção de biofertilizantes a partir dos dejetos da atividade pecuária já são uma realidade na bovinocultura de leite no Brasil. Depois de algumas experiências frustradas nas décadas de 1970 e 1980, as empresas que adotaram o sistema de consolidação, não mais que os grandes geradores, passaram a gerar uma vez mais a eletricidade na fazenda e, em alguns casos, até vender um excedente para as empresas de distribuição.
Ainda segundo o pesquisador, o produtor pode obter ganhos de três formas: pela produção do biogás, que irá abastecer um motor e gerar a energia elétrica; pela reutilização da água de lavagem do piso do estábulo, que carreia os efluentes para o biodigestor; e pela produção do biofertilizante resultante do processo.
O Brasil é o quarto maior importador de fertilizantes do mundo. O País importa cerca de 75% do total desses insumos aplicados nas lavouras. Além disso, os adubos químicos são insumos caros e poluentes. Com a utilização da matéria orgânica oriunda do biodigestor, o produtor agrega valor ao negócio, além de dar uma destinação a outro material potencialmente poluente: os dejetos bovinos. Otenio informa que, na cultura da cana, o biofertilizante substitui 100% do adubo nitrogenado e, na lavoura de milho, 60%. A Embrapa Gado de Leite também está fazendo testes com a fertirrigação do capim-elefante BRS Capiaçu. Esse biofertilizante também é importante na recuperação de áreas degradadas, pois atua como um condicionante do solo, recuperando sua matéria orgânica.

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